Em Metafísica, é necessário começar da ideia que a Suprema Realidade é absoluta, e que sendo absoluta é infinita. É absoluto o que permite nenhum aumento ou diminuição, ou nenhuma repetição ou divisão; é portanto aquilo que é de pronto somente si mesmo e totalmente si mesmo. E isso é infinito o qual não é determinado por qualquer força limitante e portanto não finda em qualquer fronteira; é em primeiro lugar Potencialidade ou Possibilidade como tal, e ipso facto a Possibilidade das coisas, logo a Virtualidade. Sem Toda-Possibilidade, não haveria nem Criador nem criação, nem Maia nem Samsara. O Infinito é por assim dizer a dimensão intrínseca da plenitude própria ao Absoluto; dizer Absoluto é dizer Infinito, um sendo inconcebível sem o outro. Podemos simbolizar a relação entre estes dois aspectos da Suprema Realidade pelas seguintes imagens: no espaço, o absoluto é o ponto, e o infinito é a extensão; no tempo, o absoluto é o momento, e o infinito é a duração. No plano da matéria, o absoluto é o éter — a substância primordial onipresente e subjacente — enquanto o infinito é a série indefinida de substâncias; no plano da forma, o absoluto é a esfera — a simples, perfeita e primordial forma — e o infinito é as séries indefinidas de formas mais ou menos complexas; finalmente, no plano do número, o absoluto será a unidade ou unicidade, e o infinito será as séries ilimitadas de números ou possíveis quantidades, ou totalidade. A distinção entre o Absoluto e o Infinito expressa os dois aspectos fundamentais do Real, aquele da essencialidade e aquele da potencialidade; isto é a mais alta prefiguração principial dos polos masculino e feminino. A Radiação Universal, assim a Maya tanto divina e cósmica, brota do segundo aspecto, o Infinito, que coincide com a Toda-Possibilidade. [RESUMO DA METAFÍSICA INTEGRAL]
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