Fundamentos de uma estética integral — tópicos
O esoterismo comporta quatro dimensões principais: uma intelectual, atestada pela doutrina; uma volitiva ou técnica, que engloba os meios diretos ou indiretos do caminho; uma moral, que diz respeito às virtudes intrínsecas e extrínsecas; uma estética, a que pertencem o simbolismo e a arte do duplo ponto de vista, objetivo e subjetivo.
Exotericamente, a beleza representa uma satisfação desculpável ou indesculpável ou, então, uma expressão da piedade e, por isso, o invólucro de um simbolismo teológico. Esotericamente, ela exerce a função de meio espiritual em conexão com a contemplação e a “relembrança” interiorizante. Com efeito, por “estética integral”, entendemos uma ciência que revela não só a beleza sensível como também os fundamentos espirituais desta última,1 fundamentos que explicam a conexão frequente entre as artes e os métodos iniciáticos.
- Estética, quarta dimensão do esoterismo
- A beleza no exoterismo
- Que é a estética em si?
- Metafísica da Beleza
- A arte sagrada
- Explicação de um texto capital de Plotino sobre o papel do belo
- Além do agradável nos elementos de beleza
- Shankara se preocupou com estética?
- Tudo na natureza é belo?
- Qualidade estética e qualidade moral
- O dilema dos moralistas a respeito do belo
Não confundir estética com estetismo, nem com esteticismo. O segundo termo evoca um movimento literário e artístico da Inglaterra do século XIX, ao passo que o terceiro — pouco empregado em francês, mas corrente em alemão (Aesthetizismus) — designa simplesmente uma preocupação abusiva com os valores estéticos, sejam eles reais, imaginários ou, pelo menos, muito relativos. Além disso, não se deve com muita facilidade lançar pedras contra os estetas românticos, que tinham o mérito de uma nostalgia muito compreensível num mundo que se afundava numa mediocridade sem esperança e numa fealdade fria e desumana. ↩