Schwaller Triângulos

SCHWALLER DE LUBICZ — ELEMENTOS E TRIÂNGULOS

Excertos traduzidos de «LE MIRACLE ÉGYPTIEN»

Schwaller de Lubicz nos apresenta o conjunto dos Números Um, Dois, Três e a primeira forma procriada que é dois vezes dois ou o Quatro.

Este números progridem em triângulo e os quatro formam o triângulo Dez, ou Década de Quatro, ou Tetraktys.

O infinito ilusório da inteligência é contida nos Número, desde o número denominado “Um”, e todas as possibilidades do universo, estão contidas neste triângulo Dez. Não há mais lugar para um “infinito” pois todas as possibilidades significam que nada há além.

Vejamos então quais são as formas engendradas na década:

  • Há o triângulo, primeira superfície possível. O triângulo não é engendrado por nenhum movimento. Resulta de uma única adição, adição de elementos manifestados por cisão.
  • Há o número Três e Três, quer dizer Seis, que resulta da adição do primeiro triângulo com o número Três que manifesta. Este número Seis é um retângulo pois os lados são desiguais dois por dois e formados de Três e de Dois. O retângulo não portanto uma forma engendrada, mas uma forma que resulta de dois triângulos adicionados.
  • Há o quadrado que resulta de uma multiplicação do primeiro número multiplicável que é Dois. É efetivamente uma forma engendrada, é mesmo a Forma universal neste sentido que tudo o que é material é baseada sobre um quadrado.
  • Há o círculo pois a Unidade absoluta é o que sempre está em si, sempre revem a sim e jamais não sai de si. Eis porque toda vida é cíclica, pois, segundo o velho adágio Filósofos iniciados: tudo se dissolve naquilo de que é feito. Tudo retorna a sua origem. Além do mais encontraremos no círculo todas as qualidades que devem se encontrar no “Único”.
  • Todas as outras formas existentes são engendradas destas três formas fundamentais: triângulo, quadrado, círculo (melhor visto como ciclo e não forma).

    Temos ainda com a Década, os Quatro Elementos de todas as formas; são os Quatro Elementos, como os quatro temperamentos de toda expressão vital. Eis porque os Antigos resumem toda a ciência nestas palavras: Tudo veio do Um e retorna ao Um, pelos Três Princípios e os Quatro Elementos.

    Porque chamamos os quatro números da década “elementos”? É preciso abstrair da aritmética e ver cada um destes números não como adição de unidades mas verdadeiramente uma entidade nova, uma nova Unidade. Há a Unidade Um, a unidade Dois, a Unidade Três, a Unidade Quatro. Cada uma é uma Unidade que pode engendrar por sua vez uma Unidade. Cada uma destas Unidades compreende nela o caráter e as qualidades das Unidades precedentes.
    Assim podemos traçar a Década e seus correspondentes imediatos:

    Como visto, os quatro primeiros números com os quais nos são dadas as Dez unidades completas da primeira Década que guarda todas as possibilidades. Eis aqui o triângulo da Origem cujo caráter é de comportar Nove unidades agrupadas ao redor da Unidade divina e incompreensível. O mito faraônico ilustra aqui pelo Mistério heliopolitano, onde é contada a criação da grande Enéada (os Nove Princípios) originários do “Noun”, as Águas primordiais. E assim como a Cabala nos ensina, vemos na Tetraktys mística como nove legiões de Anjos cercam o trono do Deus oculto, “Aquele cujo nome é desconhecido”:

    Mas sabemos que nada podemos compreender, nada conhece de “inicial que não seja triangular”, de maneira que somente a figura construída ao redor da Trindade de origem será a primeira forma compreensível perfeita. O triângulo da Década, ou Tetraktys, é o triângulo metafísico ou divino, enquanto o triângulo de Quinze, ou Pentaktys, será o primeiro triângulo das coisas:

    Quando este triângulo é manifestado, vemos como os Doze Lugares cercam o Triângulo divino criador. Estes serão os doze lugares do Mundo e, posto que são “animadores”, os chamaremos animantes ou zodíaco (ciclo animal).

    É o Deus animador que dá a Vida, ms são os doze lugares que darão ao corpo animado animal, donde dominarão as doze partes do “corpo”. O que se pode pôr em relação com os doze meridianos da acupuntura chinesa, quer dizer os doze vasos nos quais circula a energia animando os diversos órgãos.

    O triângulo da “Pentaktys manifestada” tem nele tudo o que pode caracterizar a forma triangular; é a razão pela qual é, de fato, tido como absolutamente secreto. Doze unidades definem o triângulo em sua forma, animadas pelo Triângulo divino, o que faz Quinze unidades absolutas. Se deduzimos as unidades da base (seja “cinco unidades”), restará sobre um dos lados “quatro unidades” e sobre a outra “três unidades”, ou seja, os números do Triângulo sagrado. O quadrado de três é Nove, e o quadrado de quatro é Dezesseis, este último é essencialmente feminino, maternal em toda sua natureza. Os dois reunidos (seja nove mais dezesseis) são certamente a perfeição como quadrado procriador, são Vinte-Cinco, ou quadrado de cinco, e assim nos encontramos sempre como final dos números criadores, este maravilhoso número Cinco que fecha o ciclo dos Númeroscausa”, ou originais, como o Pentateuco o faz para a Gênese de Moisés, como a Pentecostes o faz para a revelação crística, como o são os cinco dedos da mão e os cinco membros (cabeça compreendida) para o homem, a estrela de cinco braços.

    Coisa interessante, a cruz não é formada de braços iguais, parte do alto vale Três, parte de baixo vale Quatro e o braço transversal vale Cinco: ela não forma somente quatro braços e dois diâmetros e quatro triângulos, mas também três medidas desiguais α e ω, símbolo que comporta o Todo, é verdade, pois o Homem está fixado nela.

  • Perenialistas – Referências