A escrita de Guenon ME levou, pelo que parece ser um acidente, a duas pessoas que conheceram Ananda Coomaraswamy, que havia morrido alguns anos antes em Boston. Eles ME apresentaram à SRA. Coomaraswamy, sua viúva, que tinha um apartamento em Cambridge, bem entre Harvard e o M.I.T., e a Biblioteca Coomaraswamy ficava lá. Fui conhecê-la e nos tornamos amigos imediatamente. Passei os quatro ou cinco anos seguintes na biblioteca tradicionalista mais rica do mundo ocidental, com acesso totalmente aberto a todos os livros. Em troca, cataloguei, a pedido dela, e pela primeira vez, os escritos completos do médico antes que todos esses catálogos posteriores vissem a luz do dia. Também li avidamente as obras de Coomaraswamy e, mais tarde, até apresentei seu nome e suas obras no Irã, em uma época em que ninguém tinha ouvido falar dele ainda. Lembro-ME da primeira vez que conversei com sua mãe sobre ele. Ela ficou muito entusiasmada e, mais tarde, até escreveu algo sobre ele, mas ninguém sabia sobre ele em 1958, quando voltei para casa.
De qualquer forma, os escritos de Guenon, Coomaraswamy e, mais tarde, de Frithjof Schuon, esses três grandes escritores tradicionalistas, todos se tornaram conhecidos para mim, e eu os estudei com avidez e profundidade. Já em meu primeiro ano no M.I.T., graças a eles, minha crise intelectual foi resolvida com a descoberta das doutrinas tradicionais. Eu havia descoberto uma visão de mundo sobre a qual sentia total certeza (bagan). Senti que essa era a verdade que ME satisfazia intelectualmente e estava de acordo com minha vida existencialmente. Estava em harmonia com a fé que eu tinha. Era universalista em sua perspectiva metafísica e também crítica em relação à filosofia e à ciência ocidentais de uma maneira que falava diretamente às minhas preocupações. Comecei a ser eu mesmo novamente. (NasrConversa)