(Lispector1973)
A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio. Escrevo por acrobáticas e aéreas piruetas – escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja ME dando a grande medida do silêncio. […] E se eu digo “eu” é porque não ouso dizer “tu”, ou “nós” ou “uma pessoa”. Sou obrigada à humildade de ME personalizar ME apequenando mas sou o és-tu. […] Sim, quero a palavra última que também é tão primeira que já se confunde com a parte intangível do real.