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  • U.G. (UGME) – Existe algo como verdade?

    Existe algo como verdade? Já fizeste esta pergunta por ti mesmo? Alguém disse a verdade? Q: Existem tantas verdades. UG: Eles são todos mentirosos, escarnecedores, falsos e trapaceiros do mundo, que alegam ter procurado e dito a verdade! Tudo bem, queres descobrir por ti mesmo o que é esta verdade. Podes descobrir? Podes capturar a…

  • Karl Renz (Tao:17) – Quando um poderoso governa

    Ser sempre sabe, como precisa ser Quando um poderoso governa, o povo mal sabe que ele está aí. Os menores são amados e louvados, outros menores são temidos, outros menores são desprezados. Só posso dizer: a propriedade de consciente [consciousness] sabe melhor do que ninguém o que há a fazer, assim ela realiza de novo…

  • Brecht (ArtPol:141-142) – dizer a verdade

    Esta citação de Bertolt Brecht é notável. Todavia ficaria ainda mais se ao invés da palavra “verdade”, ele usasse “versão de fatos”. Especialmente se entendida “verdade” no sentido grego interpretado por Heidegger de “descerramento”. Ou seja, há descerramento de algo, este próprio “algo” já uma apropriação como “fato”. Por conseguinte, há verdade de modo impessoal,…

  • Whitman (GL) – a morte na verdade não existe

    Que fim levaram os velhos e os jovens ? E que fim levaram as mulheres e as crianças ? Todos estão bem e vivos em algum lugar ; O menor broto mostra que a morte na verdade não existe, E se um dia existiu, seguiu tocando a vida, sem ficar à espera para interrompê-la, E…

  • Pessoa (LD:94/51) – Viver é ser outro

    Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir — é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida. Apagar tudo do quadro de um dia para o…

  • Álvaro de Campos: Viver é desencontrar-se consigo mesmo (17-6-1929)

    Usas um vestido Que é uma lembrança Para o meu coração. Usou-o outrora Alguém que ME ficou Lembrada sem vista. Tudo na vida Se faz por recordações. Ama-se por memória. Certa mulher faz-nos ternura Por um gesto que lembra a nossa mãe. Certa rapariga faz-nos alegria Por falar como a nossa irmã. Certa criança arranca-nos…

  • Pessoa (LD:78/124) – viver a vida em Extremo

    Toda a alma digna de si própria deseja viver a vida em Extremo. Contentar-se com o que lhe dão é próprio dos escravos. Pedir mais é próprio das crianças. Conquistar mais é próprio dos loucos, porque toda a conquista é (?). Viver a vida em Extremo significa vivê-la até ao limite, mas há três maneiras…

  • Melville (MD:49) – universo, uma grande piada

    Há certas circunstâncias e ocasiões bizarras neste estranho e caótico negócio que chamamos de vida nas quais um homem considera todo o universo uma grande piada, ainda que mal perceba a sua graça, e mais do que suspeita que a piada seja feita à sua custa e de mais ninguém. No entanto, nada o desanima,…

  • Izutsu (ST:430-431) – Reversão absoluta de valores

    Em todo o Tao Te Ching, o termo sheng jen (“homem sagrado”) é usado consistentemente de tal forma que pode ser justificadamente considerado o equivalente mais próximo do insan kamil islâmico (“homem perfeito”). Essa palavra parece remontar à antiguidade remota. De qualquer forma, a julgar pela maneira como é usada por Confúcio nos Analectos, a…

  • Universo – Ser Cósmico (Daniélou)

    Quando identificamos o Universo com o Ser Cósmico, obviamente não estamos falando apenas do universo físico, mas da totalidade dos princípios universais, do universo integral com seu pensamento, suas energias orientadoras, as leis que regulam seu desenvolvimento e a consciência que precede seu surgimento. O mundo das formas perceptíveis não constitui mais o universo inteiro…

  • Nisargadatta (NMIU) – o que é experienciado não é a verdade

    Esse estado (Absoluto) não deve ser experimentado, sobre isso você não pode falar. Apenas seja esse estado, o que é experienciado não é a verdade. O que é experienciado não é a verdade, esse é o principal problema. Eu não sabia que estava nesse estado, mas de repente soube: “Eu sou”, daí todo o problema.…

  • Wei Wu Wei (HN:1) – Não sou, mas o universo aparente é o meu Eu

    “Não sou, mas o universo aparente é o meu Eu”. (Shit-t’ou, 700-790) Os objetos são conhecidos apenas como resultado das reações dos sentidos dos seres sencientes a uma variedade de estímulos. Esses estímulos parecem derivar de fontes externas ao aparelho reagente, mas não há evidência disso além do próprio aparelho reagente. Os objetos, portanto, são…

  • Daumal (CFAP) – L’envers de la tête

    Corps sans faces et têtes sans corps… Notre grande peur. Dès que leurs visages furent tournés vers le dehors, les hommes devinrent incapables de se voir eux-mêmes, et c’est notre grande infirmité. Ne pouvant nous voir, nous nous imaginons. Et chacun, se rêvant soi-même et rêvant les autres, reste seul derrière son visage. Pour se…

  • Meyrink (Visage Vert) – Despertar é tudo…

    MEYRINK, Gustav. Le Visage vert. Traduit de l’allemand par A. D. Sampieri. Préface et glossaire de Serge Hutin. Paris: La Colombe, 1964 A chave que nos tornará mestres da natureza interior ficou enferrujada desde o dilúvio. Ela chama-se: velar. Velar é tudo. O homem está firmemente convencido de que vela; mas na realidade, é apanhado…

  • Centeno: O Conto da Serpente Verde

    Excertos do livro de Yvette Centeno, A SIMBOLOGIA ALQUÍMICA NO CONTO DA SERPENTE VERDE DE GOETHE O Conto da Serpente Verde1 de Goethe, escrito em 1795, ainda hoje é, de todas as suas obras, aquela que nos deixa mais perplexos. Integra-se numa obra a que o autor deu o título de Conversas de Emigrantes Alemães.…

  • Musil (HSQ:I-4) – Se existe senso de realidade, tem de haver senso de possibilidade

    Excerto de MUSIL, Robert. O homem sem qualidades. Tr. Lya Luft & Carlos Abbenseth. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989 [Kindle] Quem deseja passar bem por portas abertas deve prestar atenção ao fato de elas terem molduras firmes: esse princípio, segundo o qual o velho professor sempre vivera, é simplesmente uma exigência do senso de…

  • Hesse (HOA:1) – uma caminhada na primavera

    [HESSE, Hermann. Hymn to Old Age. Tr. David Henry Wilson. London: Pushkin Press, 2012 [ebook], “A WALK IN THE SPRING”] do inglês UMA VEZ MAIS AS PEQUENAS gotas de lágrimas brilham nos botões das folhas resinosas, as primeiras borboletas abrem e fecham seus finos mantos de veludo e os meninos brincam com piões e bolinhas…

  • Rumi (Masnavi:IV,1358-1365) – A verdade dentro de nós

    1358. No pomar, um certo sufi deitou o rosto à maneira de sufi sobre o joelho por causa da revelação [mística]; Então ele mergulhou fundo em si mesmo. Um sujeito impertinente estava aborrecido com sua aparência de sono. 1360. “Por que”, disse ele, “você dorme? Não, olhe para as videiras, veja essas árvores e marcas…

  • Martin Lings: Universalidade do Sufismo

    Aquellos que sostienen que el sufismo está «libre de las cadenas de la religión»1, lo hacen en parte porque imaginan que su universalidad está en juego. Sin embargo, a pesar de la simpatía que pueda sentirse por su preocupación relativa a ese indudable aspecto del sufismo, no hay que olvidar que la particularidad es perfectamente…

  • Conto da Serpente Verde Resumo

    Goethe — CONTO DA SERPENTE VERDE Excertos de Yvette Centeno, “A SIMBOLOGIA ALQUÍMICA NO CONTO DA SERPENTE VERDE DE GOETHE” Resumo Junto ao grande rio que chuvas torrenciais tinham feito transbordar, o velho barqueiro dormia, cansado dos trabalhos do dia, na sua pequena cabana. A meio da noite é acordado por viajantes que desejam passar…