Tradição — TEMPO
VIDE: ; Aion; Tradição das cinco idades; Ciclo; Acontecimento; Dia; Noite; Eternidade; Hora; In illo tempore; In hoc tempore; Mês, Ano, Semana; Simbolismo do tempo; Tempo das origens; Tempo hierofânico; Temporalidade
“Vos darei a chuva a seu tempo” (Lev 26,4). É necessário aditar “a seu tempo”. Pois assim como o aguaceiro da terra, se acontece a contratempo, como quando se faz a colheita, quando se bate o trigo, parecerá mais inconveniente que útil, do mesmo modo aqueles aos quais é confiada a chuva da Palavra de Deus a disseminar devem observar o que diz a Escritura: o oferecer “a seu tempo”, quer dizer não apresentar a Palavra de Deus ao beberrão e ao bêbado, nem à alma ocupada com outra coisa, quando ela não pode estar atenta ou que ela está assolada pela doença de algum vício, e que ela empresta sua orelha interior não àquele que ensina mas a sua própria doença. Que ele conjectura portanto com a prudência no momento em que a alma está disponível, que o ouvinte está sóbrio, que está desperto, que está atento, que então ele lhe fornece a chuva a seu tempo; assim o Evangelho, ordena que “o servidor fiel e prudente dê a seu tempo a medida de fermento aos outros servidores” (Lc 12,42). (Orígenes)
Pregunta: Eso llevará algunos años.
Respuesta: ¿Por qué años? La idea del tiempo está solo en su mente. No está en el Sí mismo. No hay ningún tiempo para el Sí mismo. El tiempo surge como una idea después de que surge el ego. Pero usted es el Sí mismo más allá del tiempo y del espacio. Usted existe incluso en la ausencia del tiempo y del espacio20.
Si fuera verdadero que usted lo realizará después, ello significa que usted no está realizado ahora. La ausencia de realización en el momento presente puede repetirse en cualquier momento en el futuro, pues el tiempo es infinito. Así pues, tal realización es impermanente. Pero eso no es verdadero. Es erróneo considerar la realización como impermanente. Es el estado eterno verdadero, el cual no puede cambiar. (Sri Ramana Maharshi)
Frithjof Schuon: O esoterismo como princípio e como via
Em nosso cosmo, os véus divinos são as categorias existenciais: o espaço, o tempo, a forma, o número, a matéria; em seguida, as criaturas com suas faculdades e, também, num plano bem diferente, as revelações com suas verdades e seus limites.
Mas a quaternidade não se refere apenas ao equilíbrio; ela determina igualmente o transcorrer, portanto, o tempo ou os ciclos: existem as quatro estações, as quatro partes do dia, as quatro idades das criaturas e dos mundos. Esse transcorrer não pode ser aplicado ao Princípio, que é imutável; significa que é uma projeção sucessiva da quaternidade do principio e, consequentemente, extratemporal no cosmo. A quaternidade temporal tem um sentido sobretudo cosmogônico; contudo, permanece cristalizada nos quatro graus do desenvolvimento universal. O mundo material corresponde ao inverno, o mundo vital ao outono, o mundo anímico ao verão e o mundo espiritual — angélico ou paradisíaco — à primavera; e isso tanto no microcosmo quanto no macrocosmo.
Do ponto de vista de seu objetivo mais elevado, a vontade ou a atividade é um sinônimo de concentração espiritual que, em última análise, se refere ao mistério da identidade. Essa concentração ou é eficiente no presente ou latente na duração. Isso significa que essa concentração realizadora e unitiva deve ser perfeita ou total nela mesma — deve ser tudo o que a sua natureza pode exigir -, mas deve ser igualmente perseverante, pois a perfeição do momento ficaria inoperante sem a sua fixação no tempo, portanto sem a redução da duração ao instante de Deus.
A religião do Coração é a Religião primordial no tempo e quintessencial na alma.
O que é civilização
A metafísica concede, e isto num acordo formal com a religião, que pode e até deve haver estados de existência que de modo nenhum existem completamente no tempo, nem ainda na eternidade (o agora intemporal), e sim são eviternos, definindo eviternidade (do sânscrito amrtatva) como um meio que há entre a eternidade e o tempo…
Mario Ferreira dos Santos – Ontologia e Cosmologia
Assim também o tempo, o grande simbolizado por todas as coisas do mundo tetradimensional, — pois todas, por se darem no tempo, são dele símbolo, — é, por sua vez, um símbolo do ser e nos aponta, ao suceder dos fatos, o epimeteico e o prometeico de todo o existir.
O tempo é interior ao ser, e não o ser interior ao tempo. Por isso o tempo não é uma passagem entre o nada e o ser, porque o nada não é, e não poderia ser fonte de ser.
Duvidam muitos da universalidade do ser, devido à oposição entre presente e passado, no qual parece que o ser se abismou, como nota sofia:Lavelle.
Mas como poderia ter o nada a eficacidade de ser? Se o tinha, deixava de ser nada para ser ser, pois o ser, aqui, como potensão, como tensão que pode, é eficacidade. Por entre o constante fluir, o suceder do que há e do que está, o ser é um continuum, sempre ele mesmo, pois se entre um modo de ser e outro se intercalasse o nada, jamais surgiria um novo ser, porque o nada não teria eficacidade de ser, como já vimos. Portanto, sentimos o ser como um continuum, e o cinemático do existir, que nos aponta uma e outra forma de existência, dá-se no ser.
Portanto, o ser não se opõe ao devir, nem o devir se opõe ao ser. Não é o devir uma síntese de nada e ser, mas apenas uma síntese do epimeteico e do prometeico, (uma modal como o vê filo:Suarez, e em breve estudaremos). Por isso cada momento do ser é síntese, como também o via filo:Hegel, entre o ser indeterminado e o determinado, pois cada instante é ato e cada instante é a perfeição de uma potência, que se atualiza, que se realiza plenamente dentro do seu esquema tensional.
O que foi não é apenas nada, pois se fosse nada, como poderia ter sido? Se teve eficacidade de ser, como o ser perderia a si mesmo para tornar-se nada, pois o ser, que é proficiência e eficacidade, para tornar-se nada teria que ter em si o nada como potência, e esse já o teria destruído. Portanto o passado é. E o futuro, como seria nada se pode atualizar-se? Se encerra o presente a potensão de vir-a-ser, o futuro já é em forma potensional?
Portanto há formas de ser:
O presente é a síntese do epimeteico e do prometeico, por isso é hibridez de ato e potência; de ato, na perfeição da potência epimeteica; de potência, do prometeico.
Portanto, o tempo é o instrumento da nossa participação plena com o ser.