Timalsina (STSA:18) – ser/estar-ciente [awareness]

[…] a doutrina do dṛṣṭimātra, segundo a qual o que existe essencialmente ou o que é essencialmente percebido é “apenas ver”. Os advaístas argumentam que a “consciência” é “dada” e, portanto, é confirmada por si mesma no momento em que é conhecida, e nada além da consciência pode ser logicamente confirmado. O exame minucioso deste estudo demonstra que o conceito da natureza ser/estar-ciente-de-si da consciência é complexo; até mesmo o próprio termo “ser/estar-ciente-de-si” é interpretado de forma diferente por diferentes filósofos e varia amplamente entre as diferentes escolas de pensamento idealista. O estabelecimento da consciência como ser/estar-ciente-de-si leva à conclusão de que nada existe que não seja conhecido e que existe apenas o que é cognoscível. Como argumentam os filósofos em questão, é devido à ignorância que se aceita o “ser/estar-ciente” como objetos externos em vez de como o próprio ser/estar-ciente. Entretanto, quando examinada logicamente, essa “ignorância” não pode ser determinada excluindo-se o sujeito consciente, o que leva à conclusão de que o que existe é somente a consciência. Essa autoconfirmação do ser/estar-ciente é fundamental para os argumentos que levam ao dṛṣṭisṛṣṭi e ao ekajīva, pois os advaístas argumentam que esse ser/estar-ciente autoconcedido em si mesmo é o si e não há outro si exceto esse ser/estar-ciente em si mesmo. Esse estabelecimento de “somente ver” segue o argumento clássico Advaita que nega a existência da diferença. A diferença, segundo essas linhas, é percebida meramente devido à ilusão. — Este estudo categoriza os exemplos que demonstram a natureza ilusória do mundo, pois essas ilustrações incorporam as diferenças filosóficas que resultam em modelos contrastantes de Advaita. Como o ser/estar-ciente-de-si é o que é imediatamente experimentado e o que é pressuposto em todas as outras cognições, e como a pluralidade desse ser/estar-ciente não pode ser logicamente estabelecida, tudo o que existe fundamentalmente é apenas o si que é imediatamente experimentado. A liberação e a escravidão, argumentam os advaitas, são impostas devido à ignorância e, portanto, o si se imagina sofrendo, embora o próprio si, o ser/estar-ciente em si, esteja eternamente livre da escravidão. Esse ser/estar-ciente singular identificado com o si é o significado conclusivo de “ver” que, ou “vê” sua própria natureza verdadeira livre de diferenças, ou “aparece” na multiplicidade quando a verdadeira natureza de ser/estar-ciente não é conhecida.

Vedanta