Vimarśa foi traduzido de várias maneiras e há boas razões para cada uma delas: ‘cogitazione, pensiero’ (Gnoli), ‘prise de conscience’ (Silburn), ‘self–consciousness, freedom, determinate consciousness’ (Pandey), ‘raissaisissement infini’ (Hulin), ‘Betrachtung, Urteil’ (Frauwallner), ‘self-representation’ (Sanderson), ‘prise de conscience active, libre activitē de la Conscience’ (Padoux) etc. A tradução “ser/estar-ciente reflexivo” [reflective awareness] que geralmente adotei — extraída de Matilal 1968a, que, no entanto, a usa para traduzir anuvyavasāya (também Dyczkowsky a usa com frequência) — pareceu-me ampla o suficiente para ser adaptada aos diferentes contextos e significados em que o termo é usado. Não sendo nem muito preciso nem muito vago, me permite não disseminar o texto de diferentes expressões para o mesmo termo. Vimarśa é acompanhado por uma série de termos que derivam da mesma raiz com diferentes provérbios (parā°, pratyava°, ava°, ā°). Uma diferenciação entre eles pode ser tentada identificando um elemento mais íntimo e analítico em vimarśa, um elemento mais instantâneo e indefinido em parāmarsa, um mais caracterizado por introjeção e retorno ao assunto em pratyavamarśa. Entretanto, a leitura atenta dos textos dessa escola indica que, mesmo que essas diferentes nuances não sejam, em princípio, infundadas, são amplamente usadas como termos intercambiáveis. Outra noção importante, intimamente ligada a vimarśa — e provavelmente introduzida pela primeira vez por Utpaladeva —, é a de camatkāra ‘espantado, maravilhado, saboroso’. Poderia ser definido como um vimarśa enriquecido com uma forte conotação estética. (p. xxiv)