A principal igreja de uma diocese, assim chamada porque continha o assento ou cathedra de um bispo ou arcebispo. Na Igreja primitiva esses edifícios eram frequentemente despretensiosos, mas quando as obrigações políticas e administrativas dos bispos aumentaram, sentiu-se a necessidade de um centro solene para a diocese, sobretudo nas grandes cidades como Constantinopla, Roma e Ravena. Desde os tempos do Império Carolíngio no Ocidente, imponentes edifícios românicos e depois góticos passaram a simbolizar a majestade e o poder da fé e de seus servidores. A organização da catedral era frequentemente complexa. O bispo permaneceu como figura-chave durante toda a Idade Média, mas outros dignitários eclesiásticos, nem sempre em total concordância com o bispo, tendiam a aumentar e florescer em torno das catedrais. Na Inglaterra, por exemplo, a partir do século X, monges serviam nas catedrais, inclusive Canterbury, Winchester e Worcester, exercendo o bispo a função de um abade que presidia a um capítulo monástico. Após a conquista normanda, o sistema ampliou-se e capítulos monásticos foram instalados em Durham, Norwich, Ely e Bath. Nos demais lugares, as catedrais eram comumente confiadas a uma comunidade de clérigos, chamados cônegos, organizados em capítulos, a maioria dos quais adquiriu o direito de eleger os seus próprios deões.
A própria existência de grandes edifícios, que frequentemente exigiam um século ou mais para construir e reclamavam constante cuidado e atenção para manter, levou ao desenvolvimento de um forte senso de coletividade entre os membros do cabido de uma catedral, na maioria das dioceses. As grandes façanhas arquitetônicas dos construtores de catedrais na Idade Média ainda podem ser admiradas por toda a Europa, de Trondheim a Palermo. Inglaterra, Espanha e norte da França são especialmente ricos em grandes catedrais sobreviventes, como as de Durham ou Canterbury, Burgos e Toledo, Amiens e Chartres. (DIM)