começo

(lat. inceptio; in. Beginning; fr. Début; al. Anfang; it. Cominciamentó).

Propriamente, o início de uma coisa no tempo: que pode coincidir ou não com o princípio ou com a origem da própria coisa. Essa distinção é importante em alguns casos: p. ex., segundo Tomás de Aquino, a criação é matéria de fé enquanto começo do mundo no tempo, mas não enquanto produção do nada por parte de Deus (5. Th., I, q. 46, a. 2). Hegel afirmou que o começo da filosofia é relativo, no sentido de que o que aparece como começo é, de outro ponto de vista, resultado (Fil. do dir., § 2, Zusatz). De qualquer modo, segundo Hegel, o Absoluto encontra-se mais no resultado do que no começo porque este, “da forma como era expresso antes e agora, é apenas universal”, e o universal, nesse sentido, é só o abstrato que não pode valer como concretitude e totalidade; p. ex., as palavras “todos os animais”, que exprimem o universal de que trata a zoologia, não podem valer como toda a zoologia (Phänomen. des Geistes, Intr., II, 1). Apesar disso, a filosofia muitas vezes procurou o começo absoluto para fazê-lo coincidir com o seu próprio “princípio”, donde a procura do “primeiro princípio” do filosofar. (Abbagnano)

Nicola Abbagnano