Concílio de Niceia

Após sua vitória sobre Licínio em 323, Constantino encontrou a província oriental dividida pelos ensinamentos de Ario, um sacerdote de Alexandria que argumentava não ser o Verbo co-eterno com o Pai, e ser o Cristo, na melhor das hipóteses, um filho adotivo de Deus. Em concordância com seu mestre Luciano de Antioquia, postulou que o Verbo encarnado não tinha uma alma humana. As tentativas locais para sufocar o Arianismo fracassaram, assim como as intervenções pessoais de Constantino.

Finalmente, de acordo com a tradição romana, o imperador convocou um sínodo geral, um Concílio, inaugurado em Niceia em 325. Foi presidido diretamente pelo legado do papa Silvestre, Hòsio de Córdova, e assistido por quase 300 bispos. Os debates foram acrimoniosos e demorados. Uma fórmula ariana de fé foi proposta e rejeitada; mas o credo opcional de Eusébio de Cesareia foi apresentado e recebeu aprovação geral. Com aditamentos posteriores, feitos especificamente para excluir e denunciar interpretações arianas, esse passou a ser o Credo Niceno. O Arianismo continuou dividindo a Igreja oriental mas sua influência foi cerceada.

O Concílio também decidiu a muito debatida questão da data da celebração da Páscoa, a qual devia ser sempre num domingo e (de acordo com a tradição ocidental) no primeiro domingo depois da primeira lua cheia a seguir ao equinócio da primavera. Ver Atanásio, Santo (DIM)

DIcionário da Idade Média