Cortes

Parlamento dos reinos hispânicos medievais que se desenvolveu quando, por causa das necessidades de ajuda financeira dos monarcas, representantes eleitos das municipalidades livres começaram a ser admitidos, no século XIII, às reuniões da corte a fim de se debater certas questões de administração. As Cortes de Leão e Castela, que compreendiam a nobreza, o clero e representantes das cidades (procuradores), mostraram uma acentuada tendência para converter-se em instrumento da administração régia; mas as Cortes de Aragão, e suas dependências da Catalunha e de Valência, exerceram uma política muito mais independente, a qual estava, com frequência, em oposição direta aos interesses da Coroa. Ver estados

(Em Portugal, foi nas Cortes de Leiria, em 1254, que os procuradores municipais foram admitidos pela primeira vez, escolhidos entre os chamados homens bons. Dotadas de caráter mais consultivo do que deliberativo, raras vezes as Cortes se revestiram de grande significado político-administrativo durante a primeira dinastia, finda em 1383. Foi justamente ao iniciar-se a dinastia de Avis, com D. João I, que as Cortes exerceram papel influente na legitimação do novo monarca como ocupante do trono português, graças ao talento jurídico de João das Regras e à ascensão irresistível da nova classe burguesa, derrotando no campo do direito as mesmas pretensões castelhanas que vinham sendo derrotadas pelo condestável Nun’Álvares Pereira no campo de batalha, NT) (DIM)

DIcionário da Idade Média