Mensageira celeste, essa emanação dos Budas, guardiã dos ensinamentos secretos e grande inspiradora do yogin, simboliza a energia feminina — às vezes destrutiva, mais frequentemente criadora —, ligada ao conhecimento transcendental, à receptividade, a abertura total, semelhante a uma dança no espaço ilimitado. As dakinis (em tibetano, khandro) acompanham, frequentemente as divindades representadas na iconografia do Veículo de Diamante. Trata-se, aí, de antigas fadas ou feiticeiras, de origem xamânica, integradas ulteriormente pelo budismo tibetano. A expressão língua tias dakinis designa o sentido íntimo dos termos utilizados nos textos tântricos. O yogin que executa a cosmização do próprio corpo deve também viver a destruição da linguagem, indispensável à sita preparação espiritual. Ela rompe o universo profano substituindo-o por um universo em níveis conversíveis e integráveis. Não t apenas para esconder aos não-iniciados o Grande Segredo, que ele é convidado a compreender bodhicitta ao mesmo tempo como Pensamento de Iluminação e sêmen viril. O yogin deve peneirar, pela própria linguagem. pela criação de uma língua nova e paradoxal, até o nível onde a semente se transmuta em pensamento, e inversamente. (DS)
dakini
TERMOS CHAVES: dakini
- Eliade-Couliano (Dicionário) – Therevada
- Fernandes (SFFC:33-34) – Grande Sabedoria (Mahaprajna) do Buda Vipassi
- Guénon Ashoka
- Herold: La vie du Bouddha (I – chapitre XIX – Le Malin)
- Herold: La vie du Bouddha (I – chapitre XX – L’éveil)
- Hinayana
- Hônen: nascer na Terra Pura
- Hulin (PEPIC:42-46) – O budismo e a negação do Atman (Anatman)
- Hulin (PEPIC:9-11) – a noção de ahamkara nos Upanishads
- La Fuente: Sariputta, disciple du bouddha