O mais meridional dos reinos escandinavos, a Dinamarca recebeu esse nome por sua posição na fronteira (Mark = região limítrofe) dos Impérios Carolíngio e Germânico. Consistia na península da Jutlândia, um certo número de ilhas, sobretudo Funen e Zeeland, e parte do que se considera hoje a Suécia meridional. Adquiriu preeminência no antigo período viking, quando os governantes dinamarqueses resistiram efetivamente a Carlos Magno e seus sucessores, iniciando a construção de um grande aterro (o Danevirke) cuja finalidade primordial era proteger o porto de Hedeby (Schleswig). Na Era Viking, os dinamarqueses revelaram-se ativos mercadores, colonizadores e homens do mar, especialmente na Inglaterra e Normandia.
Politicamente, atingiram o auge com Canuto, rei da Inglaterra (1016-35) e da Dinamarca (1019-35). Nessa época, completaram sua conversão ao Cristianismo (iniciada efetivamente em meados do século X) e pensadores e eclesiásticos dinamarqueses passaram a desempenhar um papel importante na Renascença do século XII.
No reinado de Valdemar H (1202-41), os dinamarqueses ampliaram seus interesses comerciais e religiosos a leste até o Báltico, atuando por vezes em colaboração com os mercadores alemães, porém, mais frequentemente, em oposição a eles. Nos séculos XIII e XIV, a formação da Liga Hanseática aumentou a debilidade interna da organização política dinamarquesa. Pelo tratado de Stralsund (1370), por exemplo, Valdemar IV, que tentou restringir a atividade dos mercadores alemães, foi forçado a reconhecer, após a derrota militar, o virtual domínio germânico do Báltico, e até a permitir que eles tivessem poder de decisão na escolha de um rei dinamarquês. Pela União de Calmar (1397), a Dinamarca passou a fazer parte de uma não muito bem definida federação de reinos escandinavos, até a dissolução dessa União em 1523. (DIM)