espécie

Depois de Platão e, sobretudo, depois de Aristóteles, examinou-se a noção de espécie quer lógica, quer metafisicamente. Do ponto de vista lógico, a espécie é uma classe subordinada ao gênero e sobreposta aos indivíduos. Do ponto de vista metafísico, a espécie é um universal, levantando-se então relativamente a ela todos os problemas suscitados pelos universais. Os dois pontos de vista aparecem muitas vezes confundidos, especialmente quando se insiste no processo platônico da divisão e se supõe que a hierarquia lógica tem o seu paralelo exato numa hierarquia ontológica. Noutro sentido, chama-se espécies às cópias que, por assim dizer, os objetos externos enviam para a alma para a sua compreensão. A espécie é, na terminologia escolástica e especialmente na tomista, a imagem que a alma faz de um objeto, chamando-se espécie inteligível à ideia geral que o entendimento ativo forja à base das imagens sensíveis.

As espécies representam o intermediário entre o sujeito e o objeto, mas isso não significa que a alma se limite a um conhecimento das espécies e exclua sempre o objeto transcendente. Pelo contrário, o realismo gnoseológico da escolástica afirma decididamente a possibilidade do conhecimento direto das coisas. (DFW)

DIcionário da Idade Média