estados de existência

VIDE estado de existência

Pelo fato dos estados da existência serem hierarquizados, ou seja, desde que entre eles há estados relativamente superiores e inferiores, deve haver também, no próprio “fio” (sutra) que os une, uma direção que vai para o alto e outra oposta, que vai para baixo (v. acima-abaixo). Isso é verdade num certo sentido, mas além disso é necessário acrescentar, em primeiro lugar, que tal distinção não afeta de modo algum o sutratma, que é sempre e em toda parte idêntico a si mesmo, seja qual for a natureza ou a qualidade dos estados que penetra e sustenta; em segundo lugar, isso diz respeito ao próprio encadeamento dos mundos, e não a cada um desses mundos tomado à parte e considerado isoladamente dos outros. De fato, qualquer um desses mundos, em toda extensão que for capaz, só constitui um elemento infinitesimal no conjunto da manifestação universal, de tal modo que se deveria, a rigor, considerar sua representação como que reduzida a um ponto. Poderíamos também, aplicando o simbolismo geométrico do sentido vertical e horizontal, figurar os mundos por uma série indefinida de discos horizontais enfiados num eixo vertical. De qualquer forma, vemos assim, que, nos limites de cada mundo, o eixo só pode ser verdadeiramente alcançado num único ponto e, por conseguinte, é apenas saindo desses limites que se pode considerar sobre o eixo um alto e um baixo, ou uma direção descendente. Essa representação mostra também de modo claro que, por estar a continuidade estabelecida exclusivamente pelo eixo, a comunicação entre os diferentes estados só pode se operar, de fato, pelos seus respectivos centros. (Guénon)

René Guénon