Cabe destaque o papel desempenhado pelo jumento na tradição evangélica, pois, na realidade, o boi e o jumento, colocados lado a lado na manjedoura em que Cristo nasceu, simbolizam respectivamente o conjunto das forças benéficas e maléficas; tornamos a encontrá-los na crucificação, sob a forma do bom e do mau ladrão. Por outro lado, Cristo montado num jumento, na sua entrada em Jerusalém, representa o triunfo sobra as forças maléficas, triunfo esse que se constitui na própria “redenção”. (Guénon)
O papel do jumento na tradição evangélica, no nascimento de Cristo e na sua entrada em Jerusalém, pode parecer em contradição com o caráter maléfico que lhe é atribuído em quase toda parte; e a “festa do jumento”, celebrada na Idade Média, não parece ter sido jamais explicada de modo satisfatório; sobre esse tema tão obscuro nos abstemos de arriscar qualquer interpretação. (Guénon)