letra G

Em nosso livro A Grande Tríade, a propósito do simbolismo polar e da palavra chinesa “i” que designa a unidade (a Estrela Polar é denominada Tai-i, isto é, a “Grande Unidade”), apresentamos algumas indicações sobre o simbolismo maçônico da letra G, cuja posição normal é também “polar”, e estabelecemos um paralelo com a letra I que representava “o primeiro nome de Deus” para os Fedeli d’Amore. Tal comparação justificava-se pelo fato que a letra G, que por si mesma não poderia ser considerada como um verdadeiro símbolo, visto pertencer às línguas modernas que nada têm de sagrado e de tradicional, mas que, stands for God segundo os rituais ingleses e por ser de fato a inicial da própria palavra God, foi ao menos em certos casos tomada como substituta da letra iod hebraica, símbolo do Princípio ou da Unidade, em virtude de uma assimilação fonética entre God e iod.
[…] Antes de prosseguirmos, poderíamos nos perguntar se isso tudo não está em oposição com a explicação da substituição do iod hebraico ou, pelo menos, já que esta também existiu, se não caberia supor-se, nessas condições, que ela só teria sido introduzida secundariamente e em época mais ou menos tardia; de fato, como ela parece ter pertencido com exclusividade ao grau de mestre, assim deve ser para aqueles que seguem a opinião mais corrente sobre a origem desse grau. Ao contrário, para aqueles que como nós se recusam, por mais de uma razão, a considerar o referido grau como produto de uma elaboração “especulativa” do século XVIII, e que veem aí uma espécie de “condensação” do conteúdo de certos graus superiores da maçonaria operativa, preenchendo na medida do possível uma lacuna devido à ignorância em que se encontravam os fundadores da Grande Loja da Inglaterra com relação a tais graus, a coisa parece sob um aspecto bem diferente: trata-se então de uma superposição de dois sentidos diferentes, mas que não se excluem de modo algum, o que por certo nada apresenta de excepcional no simbolismo. Além disso, o que ninguém parece ter notado até aqui, é que as duas interpretações, pelo grego e pelo hebreu respectivamente, concordam de modo perfeito com o caráter próprio dos dois graus correspondentes, “pitagórico” para o segundo e “salomônico” para o terceiro, e talvez seja isso, no fundo, que permita compreender do que se trata realmente. [Guénon]

Escrita