língua

Nos preâmbulos de um estudo sobre La Théodicée de la Kabbale (A Teodiceia da Cabala), F. Warrain, após ter dito que “a hipótese cabalística consiste em que a língua hebraica é a língua perfeita ensinada por Deus ao primeiro homem”, acredita-se no dever de colocar algumas reservas à “pretensão ilusória de conservar os elementos puros da língua natural, quando só possui fragmentos e deformações”. E o máximo que ele admite é que “permanece provável que as línguas antigas resultam de uma língua hierática composta por inspirados”, e que “devem existir aí, portanto, palavras que exprimem a essência das coisas e suas relações numéricas”, e que “o mesmo pode ser afirmado para as artes divinatórias”. Pensamos que será bom trazer algumas elucidações sobre a questão, mas devemos observar, logo de início, que o Sr. Warrain coloca-se sob um ponto de vista que se poderia dizer, em princípio, filosófico, enquanto que pretendemos nos manter aqui, estritamente, como aliás o fazemos sempre, no terreno iniciático e tradicional. (Guénon)

René Guénon