mastro

É interessante observar que a “cesta da gávea”, que circunda a parte superior do mastro de um navio, equivale exatamente ao “olho” do domo, o qual se admite ser atravessado em seu centro pelo eixo, mesmo quando este não se encontra materialmente figurado. Por outro lado, os apreciadores do “folclore” poderão observar de igual modo que o vulgar “mastro de cocanha” (ou “pau-de-sebo”) das festas interioranas não passa de um vestígio incompreendido de um rito similar aos que acabamos de nos referir. Nesse caso também, um detalhe particularmente significativo é constituído pelo círculo suspenso no alto do mastro (onde se amarram as prendas), círculo este que o mastro atravessa e ultrapassa, do mesmo modo que o mastro do navio ultrapassa a cesta da gávea e que o estupa se eleva acima do domo. Esse círculo é ainda, claramente, a representação do “olho solar”, e há de se convir que não foi, por certo, a pretensa “alma popular” que pôde inventar tal simbolismo! (Guénon)

René Guénon