VIDE cores
Sabe-se que, no seu sentido superior, o preto simboliza essencialmente o estado original de não-manifestação, e é assim que se precisa compreender particularmente o nome de Krishna, em oposição ao de Arjuna, que significa “branco”; representam, respectivamente, o não-manifestado e o manifestado, o imortal e o mortal, o “Eu” e o “ego”, Paramatma e jivatma. O que se pode perguntar é como um símbolo do não-manifestado é aplicável a um povo ou a um país. Para que isso seja melhor compreendido, é preciso lembrar que os povos, dos quais estamos falando, encontram-se entre aqueles que se consideram ocupando uma situação “central”. É conhecida a esse respeito, em particular, a designação da China (terra dos cabeças negras) como o “Reino do Meio” (Tchung-kuo), do mesmo modo que o Egito (terra negra) era comparado por seus habitantes ao “Coração do Mundo”. Essa situação “central” é também perfeitamente justificada do ponto de vista simbólico, pois cada um desses países era de fato sede do centro espiritual de uma tradição, emanação e imagem do centro espiritual supremo, o que os tornavam, verdadeiramente, para aqueles que pertenciam à tradição considerada, o “Centro do Mundo”. [Guénon]