A roda, em geral é antes de tudo um símbolo do mundo, em que a circunferência representa a manifestação produzida pelos raios emanados do centro. Naturalmente, o número de raios traçados, variável conforme o caso, acrescenta outros significados mais particulares. Por outro lado, em certos símbolos derivados, a própria circunferência pode não estar figurada; mas nem por isso a construção geométrica desses símbolos pode deixar de ser considerada como inscrita na circunferência. É por essa razão que devemos considerar tais símbolos como ligados ao da roda, mesmo que a forma exterior desta, ou seja, a circunferência que lhe determina o contorno e o limite, não apareça de modo explícito e visível, o que apenas indica que, nesse caso, a nossa atenção não deve dirigir-se à manifestação em si e nem ao domínio especial em que ela se desenvolve, e que tal domínio deve permanecer num certo estado de indeterminação, anterior ao traçado efetivo da circunferência. [Guénon]
Sabe-se que, de um modo geral, a roda é um símbolo do mundo: a circunferência representa a manifestação, produzida pela irradiação do centro. Esse simbolismo tem ainda naturalmente significações mais ou menos particularizadas, pois, além de se aplicar à totalidade da manifestação universal, pode também ser aplicado a uma certa esfera da manifestação. Um exemplo de particular importância desse último caso é aquele em que se encontram associadas duas rodas, correspondendo a partes diferentes do conjunto cósmico. Isso tem relação com o simbolismo do carro, tal como se encontra com particular frequência na tradição hindu. Ananda Coomaraswamy expôs esse simbolismo em diversas oportunidades, entre as quais ao tratar do chhatra e do ushnisha, num artigo do The Poona Orientalist (número de abril de 1938). [Guénon]
Entre as figuras do Centro que comportam maior número de raios, mencionaremos em especial as rodas ou “rodelas”, que têm habitualmente seis ou oito raios (figs. 3 e 4). A “rodela” céltica, que se perpetuou através de quase toda a Idade Média, apresenta-se sobre uma ou outra dessas duas formas. Essas mesmas figuras, especialmente a segunda, encontram-se com muita frequência nos países orientais, em particular na Caldeia e Assíria, na Índia (onde a roda é denominada chakra) e no Tibete. Por outro lado, existe um estreito parentesco entre a roda com seis raios e o crisma, resumindo-se a diferença no fato de que neste último, em geral, não se traça a circunferência à qual pertencem as extremidades dos raios. [Guénon]