A representação geométrica dos “sete raios”, é constituída pelas seis direções do espaço, que formam a cruz de três dimensões, e pelo próprio centro de onde partem essas direções. É importante notar em primeiro lugar a estreita semelhança dessa representação com a que diz respeito às sete cores. Como no caso destas, as seis direções são opostas duas a duas, de acordo com as três linhas retas que, estendendo-se de ambos os lados a partir do centro, correspondem às três dimensões do espaço. E se quisermos estabelecer uma representação plana, poderemos apenas, como é evidente, figurá-las pelos três diâmetros que formam a roda de seis raios (que é o esquema geral do “crisma” e de diversos outros símbolos equivalentes). E como esses diâmetros são os mesmos que ligam entre si os vértices opostos dos dois triângulos do “selo de Salomão”, podemos dizer que, na realidade, as duas representações são a mesma coisa. Resulta daí que o sétimo termo deverá, em relação às seis cores, desempenhar o mesmo papel do centro em relação às seis direções. E, de fato, ele também se colocará no centro do esquema, isto é, no ponto em que as oposições aparentes, e que na realidade são apenas complementarismos (v. complementarismo), acabam por se converter na unidade. Isso quer dizer que o sétimo termo não é mais uma cor, do mesmo modo que o centro não é uma direção, mas que, tal como o centro é o princípio do qual procede todo o espaço com suas seis direções, assim também esse sétimo termo deve ser o princípio do qual as seis cores derivam e no qual elas estão sinteticamente contidas. Nesse caso, só pode ser o branco que, de fato, é “incolor”, do mesmo modo que o ponto é “sem dimensões”; não aparece no arco-íris, da mesma forma que o “sétimo raio” não aparece em uma representação geométrica. Mas todas as cores não passam do produto de uma diferenciação da luz branca, tal como as direções do espaço nada mais são que o desenvolvimento das possibilidades contidas no ponto primordial (v. ponto geométrico). [Guénon]
Deve-se notar que, nas figurações simbólicas do Sol de sete raios, em especial nas antigas moedas indianas, ainda que os raios sejam forçosamente traçados em disposição circular em torno do disco central, o “sétimo raio” distingue-se dos demais pela sua forma diferenciada. [Guénon]