símbolos vegetais

Nas diferentes tradições, os símbolos vegetais aparecem como “penhor” da ressurreição e imortalidade; é o caso do “ramo de ouro” dos Mistérios antigos, da acácia que o substitui na iniciação maçônica, bem como dos ramos ou das palmas na tradição cristã, e também do papel que desempenham de um modo geral, no simbolismo, as árvores que permanecem sempre verdes e as que produzem gomas ou resinas incorruptíveis. Por outro lado, o fato de o vegetal ser por vezes considerado na tradição hindu como de natureza “asurica” (“demoníaca”) não poderá constituir-se numa objeção ao que acaba de ser dito; na verdade, o crescimento do vegetal é, em parte, aéreo, mas também, subterrâneo, o que implica de certo modo uma dupla natureza que corresponde ainda em certo sentido à “Árvore da Vida” e à “Árvore da Morte”. Além disso, a raiz, ou seja, a parte subterrânea, constitui o “suporte” original da vegetação aérea, o que corresponde à “prioridade” de natureza dos Asuras em relação aos Devas. Por certo não é sem razão que a luta dos Devas e dos Asuras é representada principalmente em torno da posse da “bebida da imortalidade”. (Guénon)

René Guénon