triângulo

Como dissemos anteriormente, o esquema da montanha, bem como da pirâmide e do montículo, que lhe são equivalentes, é um triângulo com a ponta voltada para o alto. A representação da caverna, ao contrário, é um triângulo com a ponta voltada para baixo, sendo, portanto, o inverso do primeiro. O triângulo invertido é também o esquema do coração e do cálice, sendo-lhe este geralmente assimilado no simbolismo, tal como mostramos em particular no que se refere ao Santo Graal. Podemos acrescentar que esses últimos símbolos e seus similares, de um ponto de vista genérico, referem-se ao princípio passivo ou feminino da manifestação universal ou a alguns de seus aspectos, enquanto que os esquematizados com o triângulo direito, com a ponta para cima, referem-se ao princípio ativo ou masculino. Trata-se, portanto, de uma verdadeira complementaridade.

Por outro lado, se dispusermos os dois triângulos um sob o outro, em correspondência com a situação da caverna sob a montanha, veremos que o segundo pode ser considerado como o reflexo do primeiro. E a ideia de reflexo se coaduna perfeitamente à relação de um símbolo derivado com o símbolo primordial, de acordo com o que dissemos há pouco da relação da montanha com a caverna, enquanto representações sucessivas do centro espiritual nas diferentes fases do desenvolvimento cíclico. [Guénon]


Se quisermos representar a caverna situada no interior (ou no coração, poderíamos dizer) da montanha, basta transportar o triângulo invertido para o interior do triângulo direito, de tal modo que os seus centros coincidam (fig. 13). Ele deve então, necessariamente, ser menor para poder caber inteiro no outro. Mas fora essa diferença, o conjunto da figura assim obtido é claramente idêntico ao símbolo do “Selo de Salomão”, em que os dois triângulos opostos representam de igual modo dois princípios complementares, nas diversas aplicações possíveis. Por outro lado, se os lados do triângulo invertido forem iguais à metade dos lados do triângulo direito (na ilustração foram desenhados menores, para que os dois triângulos aparecessem inteiramente destacados entre si, mas, de fato, é evidente que a entrada da caverna deve encontrar-se à superfície da montanha e, portanto, o triângulo que a representa deveria, na verdade, tocar o contorno do outro),6 o triângulo pequeno dividirá a superfície do grande em quatro partes iguais, das quais uma será o próprio triângulo invertido, enquanto que as três outras serão triângulos direitos. [Guénon]

Números e Geometria