O conjunto do edifício, formado por um cubo como base e um domo como teto, considerado de cima para baixo, representa a passagem da Unidade primordial (à qual corresponde o ponto central ou o topo do domo, do qual a abóbada toda é apenas uma certa forma de expansão) ao quaternário da manifestação elementar; inversamente, considerado de baixo para cima, é o retorno dessa manifestação à Unidade. A esse respeito, Coomaraswamy lembra, como tendo a mesma significação, o simbolismo védico dos três Ribhus que, do cálice (patra) único de Twashtri, fazem quatro cálices (e é evidente que sua forma é hemisférica como o domo). O número ternário que intervém aqui como intermediário entre a Unidade e o quaternário significa em particular, neste caso, que é só por meio das três dimensões do espaço que o “um” original pode tornar-se “quatro”, o que é exatamente figurado pelo símbolo da cruz de três dimensões. O processo inverso é representado do mesmo modo pela lenda de Buda, que, tendo recebido quatro tigelas de esmolas dos Maharajas dos quatro pontos cardeais, fez delas uma só tigela, o que indica que, para o ser “unificado”, o “Graal” (para empregar o termo tradicional ocidental que designa evidentemente o equivalente do patra) é de novo único como era no começo, isto é, no ponto de partida da manifestação cósmica. [Guénon]
um-múltiplo
TERMOS CHAVES: multiplicidade