Muhyi-d-din Ibn ‘Arabî — TRATADO DA UNIDADE (Risalatul Ahadiyah)
Contribuição e tradução de Antonio Carneiro da versão espanhola de Roberto Pla com base na edição francesa publicada na revista “Être”, primeiro trimestre de 1977, traduzida do árabe por Abdul-Hadi. Málaga, Ed. Sirio, 1987.
Ele não está composto de nome, nem de denominação, porque Ele é o nome e a denominação. Não existe nome salvo Ele. Não existe denominação salvo Ele. Por isso se diz que Ele é o nome e a denominação.
Na Unidade — a Realidade última — o sujeito e o objeto são uma mesma coisa. Esta particularidade se revela à mente quando uma vez alcançado o conhecimento de si mesmo, se vê que o si mesmo e Ele não são duas coisas diferentes. Desde esse mesmo momento, o ternário psíquico tradicional — conhecedor, conhecimento e conhecido — se funde na Unidade. Aquele grande sufi do século X em Bagdá, Ibn Mansus, conhecido como Al Hallaj, que foi barbaramente assassinado por declarar que ele era Deus (“Eu sou Deus, Ana ‘L-Hakk), dizia:
Naquela glória não há eu, nem nós, nem tu. Eu, nós, tu e Ele, tudo é uma e mesma coisa.