Primeira edição em 1947 desse reconhecido clássico da crítica literária americana que explora as influências — especialmente as de Shakespeare — nos escritos de Melville de “Moby-Dick”. Um dos primeiros estudiosos de Melville a levar adiante, desde que se tornou conhecida, a “teoria de 2 Moby-Dicks,” Olson demonstra que existiram 2 versões de Moby-Dick, e que a leitura de “King Lear” por Melville pela primeira vez entre a primeira e segunda versões do livro teve profundo impacto na concepção da saga: “o primeiro livro não continha Acab,” escreve Olson, e “não teria, exceto acidentalmente, contido Moby-Dick.” Se críticos literários e resenhistas responderam na ocasião com vários graus de ceticismo em relação a “teoria de 2 Moby-Dick,” era porque o estilo experimental e a organização do livro geraram a maior das controvérsias.
Contribuição, tradução e notas de Antonio Carneiro de Um Manuscrito de Moby Dick — pp. 52-57.
Foi um admirável achado encontrar o que pareciam ser notas rascunhadas para Moby Dick num tomo de Shakespeare. Elas foram escritas pela mão de Melville, a lápis, na última folha de guarda do último volume, aquele contendo “Lear”, “Othelo” e “Hamlet”. Transcrevo-as como estão:
“Ego non baptizo te in nomine Patris et
Filii et Spiritus Sancti— sed in nomine
Diaboli. —madness is undefinable—
It & right reason extremes of one,
—not the (black art) Goetic but Theurgic magic-
seeks converse with the Intelligence, Power, the Angel.1
O latim está numa forma mais longa daquela que Melville contou à Hawthorne ser o moto secreto de “Moby Dick”2 No romance, Acab uiva isso como uma benção adulterada sobre o arpão que temperou em sangue selvagem:
Ego non baptizo te in nomine patris, sed in nomine diaboli. Eu não te batizo em nome do pai, mas sim em nome do diabo.3
“The Letters of Herman Melville, edited by Merrell R. Davis and William H.Gilman (New Haven: Yale University Press, pp. 108-46,1960, re-printed by permission of the publishers”. In: “Moby-Dick, Herman Melville, edited by Harrison Hayford and Hershel Parker, an authoritative text, reviews and letters by Melville, analogues and sources criticism, W.W. Norton & Company; New York-London; 1967; p.730; ISBN 0-393-09670-X) page 562 note 5: …aparece com muito mais detalhe no rascunho entitulado de “Devil and Quaker” onde Melville anotou, aparentemente em 1849, no volume 7 de sua coleção de Shakespeare. Dessa forma Melville associou a frase em latim com várias formas de buscar poder ilícito, presumivelmente incluindo o “Sabbat”, ou culto pervertido ao diabo, onde crianças e outros eram batizados: “Montague Summers, The History of Withcraft and Demonology (New York,1926), pp.84-5. ↩
Carta escrita em Pittsfield, Mass., junho 29,1851, “This is the book’s motto (the secret one) — Ego non baptiso te in nomine — but make out the rest yourself”. In: The Letters of Herman Melville, edited by Merrell R. Davis and William H.Gilman (New Haven: Yale University Press, pp. 108-46,1960, re-printed by permission of the publishers”. In: “Moby-Dick, Herman Melville, edited by Harrison Hayford and Hershel Parker, an authoritative text, reviews and letters by Melville, analogues and sources criticism, W.W. Norton & Company; New York-London;1967; p.730; ISBN 0-393-09670-X) page 562 note 5: A frase aparece de forma mais finalizada quando capitão Acab usa o sangue do arpoador pagão para batizar o arpão com o qual planeja matar Moby Dick. ↩
“Sous l’empire de la folie : Moby-Dick, Shakespeare & compagnie, Michel Imbert; In: “M/S : entre Melville et Shakespeare, une mascarade de révolution” linhas 18-21 do 24§ escreveu : “Le nouveau contrat social est scellé sur un coup de folie”: « ‘Ego non baptizo te in nomine patris, sed in nomine diaboli !’ deliriously howled Ahab, as the malignant iron scorchingly devoured the baptismal blood » referente a 26§ do Capítulo 113 — “The Forge” traduzido por “A Forja” poderia também ser “A Fornalha”. ↩