BUDISMO — CHAN — AS DEZ ETAPAS DA ILUMINAÇÃO
”PASTOREIO DO BOI E O ZEN (excertos de “O Retorno à Origem”, de Lex Hixon)”
3. O PRIMEIRO VISLUMBRE DO BOI — Este encontro com o Boi não surge escutando-se ensinamentos esotéricos e sim por meio da experiência direta. O Boi não é mais considerado como estando em algum lugar da floresta.
A terceira imagem do Pastoreio do Boi se chama O Primeiro Vislumbre do Boi. O comentário se aprofunda no que foi insinuado no canto das cigarras: Se ele ao menos ouvir atentamente os sons corriqueiros, alcançará a percepção e verá nesse instante a própria Origem. O ruído do tráfego da cidade é o mugir do Boi. Esse encontro com o Boi não surge escutando-se ensinamentos esotéricos ou através da contemplação abstrata dos sutras, e sim por meio da experiência direta. O Boi não é mais considerado como estando em algum lugar da floresta. Assim afirma o comentário: Os seis sentidos não são diferentes da sua verdadeira Origem Qualquer uma das nossas percepções sensoriais ou dos nossos pensamentos pode se tornar um lampejo do Boi. O comentário prossegue: Em cada atividade, a Origem está manifestamente presente. Quando se focaliza, adequadamente, a visão interior, passamos a perceber aquilo que é considerado idêntico à verdadeira Origem. O estudante que vislumbrou o Boi está conscientemente Iluminado, porque ele ou ela não mais está procurando o Boi ou encontrando suas pegadas. O Boi é considerado onipresente, não na contemplação abstrata e sim na experiência direta. Prossegue o comentário: O rouxinol gorjeia num galho, o sol brilha sobre ondulantes salgueiros. Ali está o Boi. Onde ele poderia se esconder? A Origem não pode se esconder, porque existe através de todas as formas, embora estas difiram na sua estrutura e aparência como sóis, rouxinóis e salgueiros. Contudo, esta terceira fase de Iluminação proporciona apenas um embriagante vislumbre, uma compreensão extática que vem e vai. Luta e disciplina adicionais são necessárias para expandir e estabilizar esses lampejos de percepção intuitiva.