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Não-Ação no plano do ser torna-se, por articulação, Ação-Correta no plano de Existência.
Ação-Correta pode ser qualquer coisa, da violência até o que consideramos inação – pois a inação é inevitavelmente uma forma de ação.
A maioria de nossas ações são Ação-Incorreta. Somos macacos loucos eternamente fazendo coisas desnecessárias, obcecados com a necessidade de “fazer”, aterrorizados pela inação, glorificando “fazedores” quase que sem crítica, independentemente do estrago que causam, desprezando “não-fazedores”, igualmente acriticamente, cegos à prosperidade que segue em seu despertar, sendo o primeiro o resultado normal do que é a Ação-Incorreta, o último sendo o resultado normal da inação que é a Ação-Correta.
Mas o que consideramos ação é realmente reação, a reação de nosso ego artificial e impermanente ao não-ego, a eventos externos. Reagimos de manhã à noite: não agimos.
Penso que essa é a explicação da doutrina taoista da Não-Ação. A explicação é necessária porque a tradução dos ideogramas chineses não revela a diferença entre a Não-Ação que é numenal e a inação que é fenomenal.
O dinamismo da inação em uma dada circunstância pode ser maior que o da ação na mesma circunstância. Inação que é dinâmica exige visão e controle de si – pois a ação é mais fácil para nós do que a inação. É o dinamismo da inação que a identifica como Ação-Correta.
Nota – O termo ‘Ação-Correta’ é apenas uma aproximação, como seria o francês ‘l’Action Juste’. Dois termos adicionais poderiam segui-lo entre parênteses, a fim de desenvolver seu significado mais completamente. Essas palavras são ‘necessária’ e ‘real’. Pode-se ler, portanto, cada vez, ‘Ação-Correta, -Necessária, -Real’ e ‘Ação-Incorreta, -Desnecessária e -Irreal’. Mas o termo mais técnico ‘Ação-Adequada [e -Inadequada]’, quando entendido, ainda é melhor.