Porque a manifestação universal?
Todas nossas considerações precedentes evocam a questão do «porque» da manifestação universal, e secundariamente, em função mesmo desta questão, o problema do mal. Para responder à interrogação porque há uma relatividade, logo uma Maya e consequentemente uma manifestação, nos referenciaremos em primeiro lugar a uma ideia de Santo Agostinho que mencionamos mais de uma vez, a saber que está na natureza do bem de querer se comunicar: quem diz bem, diz radiação, projeção, desdobramento, dom de si. Mas ao mesmo tempo, quem diz radiação, diz afastamento, logo alienação ou empobrecimento; os raios solares se atenuam, e se perdem na noite do espaço. Donde deste fenômeno paradoxal que é, ao final da trajetória, o mal, que tem todavia a função positiva de realçar o bem a contrario, e de contribuir a sua maneira ao equilíbrio na ordem fenomenal.