Schuon (EPV) – As Virtudes na Via

As Virtudes na Via — tópicos

O homem, “feito à imagem de Deus”, tem uma inteligência capaz de discernimento e de contemplação; vontade capaz de liberdade e de força; alma, ou caráter, capaz de amor e de virtude.

A inteligência discerne horizontalmente entre o essencial e o secundário, entre o bem e o mal e, verticalmente, entre o real e o ilusório, o absoluto e o relativo, a substância e o acidente, o permanente e o impermanente. E contempla o real ou o absoluto do ponto de vista da transcendência ou da imanência: ela concebe o real divino além das coisas, ou, pelo contrário, nas coisas, na medida em que estas o manifestam.

A vontade livre escolhe horizontalmente entre o útil e o inútil, o bem e o mal e, verticalmente, entre o real e o ilusório, a salvação e a perdição. E realiza o real, seja abstendo-se das coisas na medida em que são ilusórias, seja, pelo contrário, aceitando-as como mensageiras do real, segundo as condições tanto subjetivas quanto objetivas.

A alma, ou o caráter, ama horizontalmente o que manifesta o real, a sua bondade, a sua beleza e, verticalmente, esse próprio real, a sua bondade ou a sua beleza. E a alma assimila a natureza ou as qualidades do Amado, dele participando pela virtude ou pelas virtudes. Em relação às coisas, estas são exclusivas ou inclusivas: assim, a virtude de desprendimento exclui, ao passo que a de generosidade inclui.

Frithjof Schuon