26. Assim como o suco, a espuma desnatada, o açúcar granulado, o açúcar mascavo, o doce, etc., não são, em essência, nada além de cana-de-açúcar, também todas as formas são apenas diferentes estados do Si supremo, Śaṃbhu.
Assim como a mesma essência da cana-de-açúcar (ikṣurasa) é [revelada nas] diferentes formas assumidas pela cana-de-açúcar, tais como suco (rasa), etc., por causa da [mesma] essência última da cana-de-açúcar, por causa da [mesma] doçura última encontrada em todas elas, assim, da mesma forma, todas as particularidades que aparecem na exibição fenomenal por meio da relação entre objeto e sujeito são — [como] despertar, etc. — meramente diferentes estados do Si supremo (paramātman), a própria natureza essencial, [que chamamos de] Śaṃbhu, o Grande Senhor, a própria consciência.
Pois é esse mesmo Senhor, o eu interior (svātmabhūta) de cada um, que assume esses diferentes papéis a partir de sua própria liberdade e, assim, mostra-se caracterizado pelos estados de objeto e sujeito, etc., da mesma forma que o suco da cana-de-açúcar [assume várias formas]. Além disso, não é que haja algo diferente desse Si. Portanto, é uno e não-dual, pois a consciência permeia todos os estados.
Assim, visualizando em toda parte a unidade [do Si], o conhecedor se torna o conhecedor de tudo.
Como afirmou o reverenciado Śaṃbhu[nātha]:
Um objeto tem a natureza de todos os objetos. Todos os objetos têm a natureza de um objeto. Portanto, aquele que viu um objeto em sua essência, viu todos os objetos em sua essência.
E no Bhagavadgītā:
[ Bansat-Boudon]Por meio do qual, em todos os seres, uma/ Imutável condição os homens percebem,/ Incomparável na multiplicidade,/ Saibam que esse conhecimento é de bondade.