Categoria: Ibn Arabi
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Chattick (SDG:xxi-xxii) – Tanzih e Tashbih
De um ponto de vista, o wujud pertence estritamente a Deus, e tudo que não seja Deus é inexistente. Não é possível fazer comparações entre o que é e o que não é. Simplesmente não há uma medida comum. Esse é o ponto de vista de tanzih ou declaração de INCOMPARABILIDADE, e foi fundamental para…
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Chattick (SDG:xix-xxi) – Existência e Inexistência
Falar de Deus em termos de nomes é empregar a terminologia-chave do Alcorão e do Hadith, mas Ibn Arabi também adota termos que entraram na civilização islâmica a partir da herança grega e foram refinados e ampliados por gerações de filósofos e teólogos. Provavelmente o mais importante deles é wujud, que normalmente é traduzido como…
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Chittick (SDG:xvii-xix) – nomes e atributos divinos
Deus é um nome que tem dois significados básicos. Em um sentido, denota a ESSÊNCIA, que é a realidade suprema que é a fonte de todas as outras realidades. A Essência não pode ser conhecida em termos positivos. O conhecimento humano da Essência equivale a um reconhecimento de que a Essência existe e de que…
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Busca Deus
in Ibn ArabiBUSCA DE DEUS Ibn Arabi: Excertos traduzidos de William Chittick Como posso encontrar Deus? Ibn Arabi sustenta que todos os seres humanos devem buscar a resposta desta questão. Tendo respondido ela, devem então se prontificar a verificar a verdade de sua resposta encontrando Deus de fato, não em teoria. Ele se refere àqueles que verificaram…
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Claude Addas
in Ibn ArabiCLAUDE ADDAS — Ibn Arabi ou a Demanda do Enxofre Vermelho CLAUDE ADDAS, filha do grande estudioso francês da obra de Ibn Arabi, Michel Chodkiewicz, escreveu uma completa biografia de Ibn Arabi, como tese de doutorado, publicada sob o título de Ibn Arabi ou la Quête du Soufre Rouge. Pelo grande trabalho de pesquisa que…
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Corbin (Ibn Arabi) – O Coração como órgão sutil
O coração (qalb) em Ibn Arabi como no sufismo em geral, é o órgão pelo qual é produzido o verdadeiro conhecimento, a intuição compreensiva, a gnose (marifa) de Deus e dos mistérios divinos, em resumo o órgão de tudo aquilo que pode ser compreendido soba a designação de ciência do esotérico (ilm al-Batin). É o…
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Coates – Retrato da Realidade de Ibn Arabi
in Ibn ArabiSem dúvida, a chave para entender todo o corpus de Ibn Arabi está na ideia central de wahdat al-wujud — a Unicidade do Ser. Para Ibn Arabi, wahdat al-wujud (também traduzido como a Unidade ou Unicidade da Existência) é um fato ontológico inescapável. O referente dessa descrição condensada é o Ser — não um ser…
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Chodkiewicz (MCOR) – literalidade das escrituras
A soberania absoluta da letra, à qual, como vimos, o próprio Profeta está sujeito, é demonstrada por muitas passagens em suas obras. Assim, tendo aludido no Futuhat ao versículo Wa huwa ma’akum aynamâ kuntum (“E Ele está com você onde quer que você esteja”, Cor. 57:4) usando inadvertidamente haythumâ — que tem o mesmo significado…
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hamdu (louvor) (Chodkiewicz)
Al-hamdu li-Llâh al-ladhî awjada l-ashiyâ’ ‘an ‘adam wa ‘addamahu: para qualquer pessoa familiarizada com o ensinamento de Ibn Arabi, a fórmula al-hamdu li-Llâh (literalmente: “O louvor pertence a Deus”) não significa apenas que o louvor é de Deus por direito, mas que, de fato, vem somente Dele, que Ele é tanto o Louvador (al-hâmid) quanto…
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shay (coisa) (Chodkiewicz)
(…) Al-ladhî awjada l-ashiyâ’ pode ser traduzido como “que trouxe as coisas à existência”. Mas shay’, “coisa”, singular de ashiya designa indiferentemente na terminologia Akbariana o que é existente (mawjûd) ou inexistente (ma’dûm). Qual é a situação aqui? As referências bíblicas subjacentes a qualquer exposição doutrinária do Shaikh al-Akbar são aparentemente contraditórias. Por um lado,…
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thubut (modo de presença do possível) (Chodkiewicz)
(…) Thubût é o modo de presença do possível na ciência divina. Eles não “existem”: são reais apenas para Deus, não para si mesmos (mawjûda li-Llâh ghayru mawjûda li-anfusiha). Mas elas têm uma predisposição (isti’dàd) para serem “revestidas” de existência. A presença dessas possibilidades — dessas “coisas” — na ciência divina é tão eterna quanto…
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kun (Seja!) (Chodkiewcz)
A noção de thubût, que corre como um fio através dessa passagem, como os comentaristas notaram, mas não será formulada explicitamente até mais tarde, é a única maneira de explicar o que se segue: Wa awqafa wujûdahâ ‘alâ tawajjuh kalimihi li natahaqqaqa bi-dhâlika sirr hudûthihâ wa qidamiha min qida-mihi : “e que deu como fulcro…
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ilm (ciência) (Chodkiewicz)
Ibn Arabi distingue três graus (de ciência): ‘ilm al-‘aql, a ciência adquirida por meio da operação do intelecto; ‘ilm al-ahwâl, a “ciência dos estados”, que só pode ser obtida por meio da experiência pessoal íntima (dhawq); e ‘ilm al-asrâr, a “ciência dos segredos”, que vem da infusão do Espírito Santo e pertence aos profetas e…
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Gloton (MGAM) – Espírito de Deus (Ibn Arabi)
O Espírito de Deus, nascido do Amor de ser conhecido, essa realidade é ao mesmo tempo Conhecimento ou Ciência divina, Amor divino e Aquele que tornará conhecidas as possibilidades divinas que ela transmite. No próprio Deus, o Espírito é o intermediário, ou barzakh, entre a Essência e a criação. Ele é o Pólo, o Eixo,…
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Gril (IAA4P) – O Livro da Árvore e dos Quatro Pássaros
O simbolismo da árvore e dos quatro pássaros Tendo alcançado o fim da perfeição por meio da realização de sua própria unidade, o Homem aparece não apenas como o fim da criação, mas também como seu princípio imediato; ele é então simbolizado pela Árvore e pelos quatro Pássaros. Estes, engendrando-se sucessivamente, são os aspectos complementares…
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Gril (IAA4P) – O Livro da Árvore e dos Quatro Pássaros (A Pomba)
A Pomba: (al-warqa al-mutawwaqa), Alma Universal, Mesa Protegida (al-lawh al-mahfuz). Por que a pomba é a primeira a falar, embora venha da águia, “o primeiro de todos os seres existentes”? Em primeiro lugar, ela aparece como um símbolo do Espírito Santo, empoleirada na “árvore de jujuba do Limite” (sidrat al-muntaha), um limite que não pode…
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Gril (IAA4P) – O Livro da Árvore e dos Quatro Pássaros (A Águia)
A Águia: (al-‘uqâb al-mâlik), Primeiro Intelecto ou Ca-lame Superior. O surgimento desse primeiro ser existencial é, de acordo com Ibn Arabi, o resultado de uma teofania (tagalli) por meio da qual Deus se manifesta. O reflexo dessa manifestação é o intelecto, a autodeterminação do Princípio. Como a primeira limitação na Existência, o intelecto não pertence…
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Gril (IAA4P) – O Livro da Árvore e dos Quatro Pássaros (Fênix)
A Fênix: (al-garîbat al-‘anqâ), Hylé, materia prima ou poeira primordial (al-haba). Filha da Águia e da Pomba, a ‘anqa (o nome é feminino) representa a possibilidade universal, a mistura de ser e não-ser na qual os seres particulares se destacam. Ela constitui o pano de fundo, a tela imperceptível que revela a luz do ser,…
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Gril (IAA4P) – O Livro da Árvore e dos Quatro Pássaros (O Corvo)
O Corvo: (al-gurâb al-hâlik), corpo universal (al-gism al-kullî). Filho do ‘anqa e o último desses quatro princípios, a cor escura do corvo simboliza o desenvolvimento final da manifestação. O “corpo” deve ser tomado aqui em seu sentido mais amplo, como um princípio que abrange tudo o que determina os seres particulares: qualidade e quantidade, formas,…