Recue mais ainda para trás de você mesmo e ria: O Não é pronunciado sobre seu riso. O Riso é pronunciado sobre seu NÃO. Negue seu Nome, ria do seu NÃO.
Poderia repetir-lhe isso todo o dia, por anos seguidos, e é muito provável que, mesmo e principalmente se você me diz compreender, não fará a experiência. Aproveite então a oportunidade, no exato instante em que me lê — pois, sim, é a você que me lê nesse exato instante que me dirijo, a você em particular, e pergunte-se seriamente:
“Que sou eu?” Você aprenderá a rir ou a chorar de tudo que acreditava ser você mesmo (seu aspecto físico, sua cinestesia, seu humor, seu caráter, sua profissão, sua posição social, suas inclinações, suas afeições, suas opiniões, suas virtudes, seu talento, seu gênio…). A ironia, isto é, a recusa, é a arma que rompe todos esses casulos. Faça alternar a dúvida metódica com o sarcasmo metódico: assim talvez evite a mumificação intelectual.
Se meu desespero pudesse tocá-lo, persistiria, tocando nesse sentimento, esforçando-me para fazer por alguns segundos com que procedesse a uma reflexão verdadeira.