Eckartshausen Analogia

Karl von Eckarshausen — ECKARTSHAUSEN E A TEOSOFIA CRISTÃ

Excertos resumidos do livro de Antoine Faivre, “ECKARTSHAUSEN E A TEOSOFIA CRISTÔ

A ANALOGIA
Como muitos teósofos e esoteristas, Eckartshausen exprime constantemente sua visão do mundo sob a forma de imagens analógicas; não se trata nem de simples alegorias, nem de um conceito de similitude redutível a uma equação relacional, mas de uma apreensão intuitiva do mundo em sua totalidade.

E. faz parte destes filósofos que não se pode compreender o pensamento se não não se tem presente ao espírito esta ideia de correspondências. Muito já se escreveu a respeito deste tema: e a seguir Faive discorre sobre o mesmo com base em algumas citações características, antes de entrar nas passagens nas quais o teósofo trata da ideia de analogia, propriamente dita.

Importância da ideia de correspondências, entendida segundo uma “teoria das correspondências conforme a boa definição dada por Robert Amadou, «é a teoria segundo a qual todo objeto pertence a um conjunto único e possui com todo outro elemento deste conjunto relações necessárias, intencionais, não temporais e não espaciais». Só deste modo faz sentido o que o poeta Francis Thompson expressa assim:
«Não se pode tocar uma flor / Sem perturbar uma estrela».

O fundamento desta teoria é o famoso enunciado de Hermes Trismegisto: “Aquilo que está em baixo é como aquilo que está no alto, aquilo que está no alto é como aquilo que está em baixo, para realizar o milagre da Unidade” (Tábua de Esmeralda).

O homem é assim “microcosmo”, “pequeno universo” correspondendo ao “macrocosmo”, “grande universo”; os astros correspondem ao destino humano e a fisionomia de um homem — linhas da mão, traços da face, etc. — a seu destino. A magia e em geral todo ocultismo são a aplicação prática desta doutrina. O semelhante age sobre o semelhante. Este sistema de relações coerentes se resume admiravelmente no título da obra de Louis-Claude de Saint-Martin, “Quadro natural das relações que existem entre Deus, o Homem e o Universo”.

Karl von Eckartshausen