Evola Velhice Morte

Julius Evola — A DOUTRINA DO DESPERTAR
Velhice e morte
O último nidana é jaramarana quer dizer «declínio» (mais particularmente: jara = «velhice» e marana = morte). O nascimento — jati — tem por correlativo inseparável a decadência e a morte. Omnia orta occidunt et aucta senescunt: «o devir engendra, o devindo envelhece e morre». Segundo os textos, não como teoria, mas bem como uma experiência direta, como uma visão absoluta, se apresenta, a um dado momento, para «o olho claro, imaculado, da verdade», o conhecimento contido nestas palavras: «Tudo o que tem origem tem também um fim».

A cadeia da «gênese condicionada» logo nos conduziu por graus até o mundo da contingência, da eterna impermanência, da agitação, da individualidade que é uma ilusão e um puro e simples nome, da vida que é misturada à morte e que é alterada pela angústia e por uma privação ou insuficiência radical, — até este mundo, onde não há liberdade, onde os seres, tomados pela concupiscência, em parte, «saltam, aqui e acolá, como lebres enlaçadas», em parte, se perdem como «flechas lançadas na noite». Nestes termos, aquele que se declarou capaz de «explicar toda a vida desde seus fundamentos», formulou o ensinamento, que resumem as duas primeiras verdades dos arianos, a saber dukkha, a agitação, raiz de todos os sofrimentos, e seu substrato, tanha, a concupiscência, o desejo.



Julius Evola