De acordo com a concepção ortodoxa, um anjo, enquanto “intermediário celeste”, nada mais é no fundo que a expressão de um atributo divino na ordem da manifestação informal, pois somente isso permite estabelecer, através dele, uma comunicação real entre o estado humano e o próprio Princípio, do qual representa assim um aspecto mais particularmente acessível aos seres que estão nesse estado humano. É o que mostra, aliás, de forma muito clara os nomes dos anjos, que sempre, de fato, são a designação de atributos divinos. É aqui sobretudo que o nome corresponde de maneira plena à natureza do ser, estabelecendo uma verdadeira unidade com sua essência. Desde que não se perca de vista essa significação, as “raízes” não podem portanto ser “cortadas” (v. cortar as raízes). Poder-se-ia dizer, por conseguinte, que o erro a esse respeito, que consiste em se admitir que o nome divino pertence com exclusividade ao anjo como tal e enquanto ser “separado”, só se torna possível quando a inteligência da língua sagrada se obscurece. E se nos dermos conta do que isso tudo implica na realidade, poderemos compreender que essa observação dá margem a um sentido muito mais profundo do que pareceria à primeira vista. [Guénon]
Guénon: anjo
TERMOS CHAVES: angelologia