Hernández (HPMI) – analogia ser e círculo

O objeto imediato do conhecimento metafísico é o conhecimento do ser meramente possível. Conhecer o possível”, diz Ibn Arabi, “é o oceano da ciência, um vasto mar cujas ondas gigantescas viraram o pequeno e fraco barco da mente humana; um mar, em suma, cujas margens não são outras senão aqueles dois limites: o necessário e o impossível; que não devemos imaginar… como se os dois extremos diferissem um do outro apenas como a diferença entre a direita e a esquerda…. Se fôssemos obrigados a imaginá-lo, não encontraríamos forma mais adequada para o assunto em questão do que compará-lo ao centro da circunferência e ao espaço entre ele e ela. O centro é a Verdade; o vazio fora da circunferência, o nada, …, a escuridão; o espaço entre o centro e o vazio fora da circunferência, o possível…. Tomamos o centro como exemplo porque ele é a raiz da existência da periferia do círculo, que é produzida por ele, assim como o possível é produzido pela Verdade…. Cada um dos pontos da circunferência é o termo do raio, e seu início é o ponto central a partir do qual o raio começa em direção à circunferência. Assim também Deus é o princípio e o fim; o princípio de todas as coisas possíveis…. Aquilo que está fora (do círculo), excluído do ser da Verdade, é o nada, que não pode receber o ser. As linhas que saem têm seu início em Deus, e n’Ele têm seu fim, porque para Deus todas as coisas retornam…. (Pois Deus) não é as coisas criadas, nem elas são outra coisa que não Ele.” [MCHHPMI]

Miguel Cruz Hernández