Ibn Arabi (Futuhat) – Belíssimos Nomes

Deus diz: “Invocai Alá ou invocai o Misericordioso; seja qual for o que invocardes, a Ele pertencem os mais belos nomes” (Alcorão 17:110). Aqui, Deus faz com que os Belíssimos Nomes pertençam igualmente a Alá e ao Misericordioso. Mas observe este ponto sutil: Todo nome tem um significado (ma’na) e uma forma (sura). “Alá” é chamado pelo significado do nome, enquanto o “Todo Misericordioso” é chamado pela forma do nome. Isso ocorre porque o Alento [Breath] é atribuído ao Todo Misericordioso e, por meio do Alento, as palavras divinas se manifestam nos vários níveis do Vazio, que é onde o cosmos se manifesta. Portanto, só invocamos Deus por meio da forma do nome.

Todo nome tem duas formas. Uma forma está conosco em nossos alentos [breaths] e nas letras que combinamos. Esses são os nomes pelos quais O invocamos. Eles são os “nomes dos nomes divinos” e são como vestes sobre os nomes. Por meio das formas desses nomes em nossos alentos, expressamos os nomes divinos. Então, os nomes divinos têm outro tipo de forma dentro do Alento do Todo-Misericordioso, em relação ao fato de que Deus é o Orador (al-qa’il) e é descrito pela Fala (al-kalam). Por trás dessas formas há significados que são como os espíritos dessas formas. As formas dos nomes divinos por meio dos quais Deus menciona a Si mesmo em Seu Discurso são o arco de sua existência dentro do Todo-Misericordioso. Portanto, “A Ele [o Todo-Misericordioso] pertencem os mais belos nomes”. Mas os espíritos dessas formas, que pertencem ao nome “Alá”, estão fora do controle do Alento, não sendo descritos por nenhuma qualidade. Portanto, esses “espíritos”, em relação às formas dos nomes dentro do Alento do Todo-Misericordioso, são como significados em relação às palavras. (II 396.30)

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