Pois Deus se manifesta em cada criatura de uma maneira particular. É Ele que se revela em cada sentido, e é Ele que permanece oculto a toda compreensão, exceto para aquele que reconhece no mundo a “forma” (ou seja, a totalidade das Qualidades divinas) e a asseidade (huwiyah) de Deus, e (que vê o mundo como) o Nome divino O Aparente (az-zahir). Da mesma forma, Deus é idealmente concebido como o espírito inerente a toda manifestação, de modo que ele é o Interior (al-batin) a esse respeito, e é para toda forma manifestada neste mundo o que o espírito é para a forma corporal que depende dele. A definição lógica do homem, por exemplo, inclui seu exterior e seu interior, e o mesmo se aplica a todas as coisas definíveis. Quanto a Deus, Ele se “define” pela soma de todas as “definições” possíveis.1; agora, as “formas” do mundo são indefinidas, não podemos entendê-las todas ou saber a definição lógica de cada uma, exceto na medida em que elas se enquadram na definição de um determinado mundo (ou microcosmo). Como resultado, não conhecemos a “forma” lógica de Deus, porque só a conheceríamos se conhecêssemos a definição de todas as “formas”, o que é uma impossibilidade; portanto, não é possível “definir” Deus.
Essa maneira de se expressar é intencionalmente paradoxal; de fato, as Qualidades divinas não podem ser “definidas” no sentido próprio do termo, assim como não podem ser delimitadas. Da mesma forma, a expressão “forma” nas passagens a seguir deve ser transposta. ↩