Jean Klein (JKJU) – aceitação

Antonio Carneiro

É preciso antes de tudo aceitar o que acontece, sem repulsão nem atração. E, desta aceitação, nasce a compreensão que, só, pode nos levar ao desapego.

É a compreensão que nos libera. Os medicamentos, ou outras fórmulas de fugas, não podem nunca nos liberar senão artificialmente. Se nós trapacearmos, o desapego não se produz, porque o problema não se liquida e nos invade ainda de outra maneira, ou em outras circunstâncias. Não podemos fugir dele. Ele deve ser enfrentado, examinado fria e lucidamente, é a única coisa que pode nos fazer obter a compreensão profunda pela qual o problema nos deixa.

Por outro lado, são desapegos ilusórios que criam conflitos suplementares. Só a aceitação permite a compreensão e só a compreensão produz a liberação.

Quando a natureza do objeto é verdadeiramente compreendida, nós nos desprendemos disso. O objeto fica sempre lá na qualidade de símbolo, mas nós estamos desembaraçados disso. E é o principal, porque o objeto não tem realidade, é somente nós que lhe criamos uma. É nosso mental que cria o objeto. Sem mental, não tem objeto, não tem senão Consciência. Então, o que chamamos de mundo, doença, sofrimento, etc., é unicamente uma projeção mental, nenhuma outra coisa.

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