Jean Klein (JKJU) – escuta

tradução

Você pode falar sobre o estado de escuta e a perspectiva de sua origem?

Você sabe que essa intuição é descoberta no fato de que tudo o que é projetado não tem independência, deriva da consciência. O aspirante é chamado, guiado em direção ao sujeito derradeiro para que possa descobrir a fonte de si mesmo. Devemos começar do ponto em que realmente estamos, seja ele qual for; o que se apresenta a nós — nossa fisicalidade, nossas sensações, emoções, pensamentos — deve ser aceito, ouvido profundamente; não devemos querer algo, mas devemos sentir a escuta para que ela se revele a nós. O centro de gravidade do ouvinte se deslocará então para a escuta, de onde flui o que é dito, em essência. Nesse ponto, se torna uma realidade para nós. O que é ouvido pode ser levado a vários níveis, pode ter infinitas extensões, mas por esses meios não sairemos desse universo de sofrimento.

O ato de escuta não pode ser melhorado ou aperfeiçoado, porque tudo é perfeição. Ele se manifesta quando a mente é atingida pela admiração, quando não se refere mais a nada. Mas sabemos que essa satisfação total é erroneamente atribuída ao objeto. Portanto, aqueles que conhecem a perspectiva correta sabem que a razão para esse apaziguamento não pode ser encontrada dessa forma; o objeto é apenas um reflexo do silêncio. A escuta surge desse deslumbramento para o qual aponta, onde nada é despertado, nada se apresenta; como se estivéssemos em um quarto escuro onde muitas janelas fossem abertas de repente, o quarto seria subitamente inundado de luz. É instantâneo, tudo se torna claro, luminoso.

original

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