Além disso, também se poderia dizer que a INTEGRAÇÃO DO ESTADO HUMANO, ou de qualquer outro estado, representa, em sua ordem e grau, a própria totalização do ser; e isso será muito claramente expresso no simbolismo geométrico que estamos prestes a expor. Se isso é assim, é porque podemos encontrar em todas as coisas, particularmente no homem individual, e ainda mais particularmente no homem corpóreo, a correspondência e, por assim dizer, a figuração do “Homem Universal”, cada uma das partes do Universo, seja um mundo ou um ser particular, sendo em toda parte e sempre análoga ao todo. Assim, um filósofo como Leibniz certamente estava certo em admitir que toda “substância individual” (com as reservas que fizemos acima sobre o valor dessa expressão) deve conter em si uma representação integral do Universo, o que é uma aplicação correta da analogia do “macrocosmo” e do “microcosmo”1; mas, ao limitar-se à consideração da “substância individual” e ao querer fazer dela o próprio ser, um ser completo e até mesmo fechado, sem qualquer comunicação real com qualquer coisa além dela, ele se impediu de passar do sentido de “magnitude” para o de “exaltação” e, assim, privou sua teoria de qualquer escopo metafísico real2. Nossa intenção aqui não é, de forma alguma, entrar no estudo de concepções filosóficas, sejam elas quais forem, nem de qualquer outra coisa similarmente pertencente ao domínio “profano”; mas essa observação se apresentou a nós de forma bastante natural, como uma aplicação quase imediata do que acabamos de dizer sobre os dois sentidos em que ocorre o desdobramento do ser total. (RGSC)
Já tivemos a oportunidade de apontar que Leibniz, diferente de outros filósofos modernos nesse aspecto, tinha alguns dados tradicionais que, além disso, eram bastante elementares e incompletos e que, a julgar pelo uso que fez deles, nem sempre parece ter entendido completamente. ↩
Outra grande falha na concepção de Leibniz, que talvez esteja mais ou menos intimamente relacionada a essa, é a introdução do ponto de vista moral em considerações de natureza universal onde não tem nada a ver, por meio do “princípio do melhor” que esse filósofo alegou fazer a “razão suficiente” para toda a existência. Acrescentemos, nesse contexto, que a distinção entre o possível e o real, como Leibniz procurou estabelecê-la, não poderia ter nenhum valor metafísico, uma vez que tudo o que é possível é, portanto, real de acordo com seu próprio modo. ↩