Matgioi: Dieu

Original

La différence entre les conceptions, occidentale et orientale, de Dieu et de l’origine des Dieux, et de l’idée de Dieu, est primordiale et absolue. En Occident, nos langues alphabétiques donnent, à notre sujet d’études, le nom de quatre lettres, Dieu, qui est d’un concrétisme merveilleux et si précis, qu’on en voit partout les bornes ; et, insatisfaits encore de cette désignation, les occidentaux l’illustrent par un vieillard barbu tenant en main une poignée d’éclairs, ou par un triangle, au milieu duquel il y a un œil. Ici, ce que nous appelons Dieu n’a pas de nom ; il est représenté par un caractère appelé Thien (qui, en langage mandarin parlé, se traduit : ciel) ; ce caractère suppose et comprend une quantité de propriétés spéciales, non pas au ciel, mais à ce qui est dans le ciel ou derrière le ciel. Ainsi le Dieu des Jaunes, dans son appellation, n’est pas un nom particulier : c’est une idée générale. Et cependant, Fohi, le premier mage historique de la Chine, jugea que cette « idée générale » était tout à fait insuffisante, injuste, et génératrice d’erreur ; et il remplaça le caractère par un dessin géométrique, inspécialisé, aussi généralisé que possible, et dont la forme serait représentative des raisonnements qu’on peut faire pour approcher d’une idée qu’on ne saurait concevoir ; ainsi ce dessin géométrique prend la valeur d’un arcane métaphysique.


Tradução

A diferença entre as concepções, ocidental e oriental, de Deus e da origem dos deuses, e da ideia de Deus, é primordial e absoluta. No Ocidente, nossas línguas alfabéticas dão ao nosso objeto de estudos o nome de quatro letras, Deus, que é de um concretismo maravilhoso e tão preciso, que vemos por toda parte seus limites; e, ainda insatisfeitos com esta designação, os ocidentais a ilustram por meio de um ancião barbudo tendo nas mãos um leque de raios, ou por um triângulo em cujo centro está um olho. Aqui, o que chamamos Deus não possui um nome; ele é representado por um caracter denominado Tien (que, em mandarim falado traduz-se por: céu); este caracter supõe e compreende uma quantidade de propriedades específicas, não do céu, mas daquilo que está no céu e além do céu. Assim, o Deus dos amarelos, em sua denominação, não tem um nome particular; é uma ideia geral. E no entanto Fo Hi, o primeiro sábio histórico da China, julgou que esta “ideia geral” era insuficiente, injusta e geradora de erro; e ele substituiu o caracter por um desenho geométrico, inespecífico, tão generalista quanto possível, e cuja forma seria representativa dos raciocínios necessários para a aproximação a uma ideia que não é possível conceber; assim este desenho geométrico tomou o valor de um arcano metafísico.

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