P: Como é possível se libertar do sentido do “eu”? — M: Você deve lidar com o sentido do “eu” se quiser se libertar dele. Observe-o em operação e em paz, como ele começa e quando cessa, o que ele quer e como o consegue, até que você veja claramente e compreenda plenamente. Afinal, todos os iogas, independentemente de sua origem e caráter, têm apenas um objetivo: salvá-lo da calamidade da existência separada, de ser um ponto sem sentido em um quadro vasto e belo. Você sofre porque se alienou da realidade e agora busca uma saída para essa alienação. Você não pode escapar de suas próprias obsessões. Você só pode parar de alimentá-las. É porque o “eu sou” é falso que ele quer continuar. A realidade não precisa continuar — sabendo-se indestrutível, ela é indiferente à destruição de formas e expressões. Para fortalecer e estabilizar o “eu sou”, fazemos todo tipo de coisa — tudo em vão, pois o “eu sou” está sendo reconstruído a cada momento. É um trabalho incessante e a única solução radical é dissolver o senso separatista de “eu sou tal e tal pessoa” de uma vez por todas. O ser permanece, mas não o ser autônomo. EU SOU ISSO: 63