Rumi (HMAP) – Deificação

Então, o que devo fazer, ó crentes? Não me conheço: não sou cristão nem judeu, nem mazdeano nem muçulmano, nem do Oriente nem do Ocidente, nem do mar nem da terra, nem dos céus giratórios nem das minas da natureza… Meu lugar é não ter nenhum, meu sinal é não mostrar nenhum. Não possuindo alma nem corpo, pertenço ao Espírito Supremo. Banindo a dualidade, vi apenas um universo. O busco e O conheço; O percebo e O chamo. É o alfa, o ômega. É o óbvio e o invisível. Não conheço ninguém além Dele, clamando: “Ó Ele! Ó Ele que é! O vinho do amor me embriaga e me esqueço deste mundo e do próximo. Êxtase e êxtase, isso é tudo o que desejo. Se pudesse ficar sem Tu por um momento em minha vida, me arrependeria de ter vivido desde aquela época, desde aquela hora. E se um dia puder estar com Tu por um momento, terei os mundos sob meus pés; dançarei loucamente.

Rumi (1207-1273)