Rumi (Masnavi:IV,1358-1365) – A verdade dentro de nós

tradução

1358. No pomar, um certo sufi deitou o rosto à maneira de sufi sobre o joelho por causa da revelação [mística];
Então ele mergulhou fundo em si mesmo. Um sujeito impertinente estava aborrecido com sua aparência de sono.

1360. “Por que”, disse ele, “você dorme? Não, olhe para as videiras, veja essas árvores e marcas [da misericórdia divina] e plantas verdes.
Ouça a ordem de Deus, pois Ele disse: ‘Olhai’: vire o rosto para essas marcas de [Divina] misericórdia”.
Ele respondeu: “Ó homem de vaidade, suas marcas estão [dentro] do coração: aquilo [que está] fora são apenas as marcas das marcas”.
Os pomares [reais] e a verdura estão na própria essência da alma: sua reflexão sobre [aquilo que está] fora é como [a reflexão] na água corrente.
Na água há [apenas] o fantasma [imagem refletida] do pomar, que estremece pela sutil qualidade da água.

1365. Os [reais] pomares e frutas estão dentro do coração: o reflexo de sua beleza está [caindo] sobre esta água e terra [o mundo externo].
Se não fosse o reflexo daquele delicioso cipreste, então Deus não o teria chamado de morada do engano.
Esse engano é [consiste em] que: ou seja, esse fantasma [o mundo externo] existe [deriva sua existência] da reflexão do coração e do espírito dos homens [santos].
Todos os enganados vêm [contemplar] esta reflexão na opinião de que este é o lugar do Paraíso.
Estão fugindo das origens dos pomares; eles estão se divertindo com um fantasma.

Nicholson

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