Schuon (FSRMA) – Olhares sobre os Mundos Antigos

Este livro se dirige a todos aqueles que desejam ter uma compreensão verdadeiramente “científica” — no sentido antigo do termo — e, ao mesmo tempo, intuitiva da história da humanidade. Aplicando brilhantemente os princípios metafísicos, espirituais e cosmológicos apresentados por René Guénon — especialmente em seus dois livros A Crise do Mundo Moderno e O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos — Frithjof Schuon lança um olhar profundamente inteligente, cativante e bem informado sobre nossa humanidade antiga. Os leitores interessados em história em geral também encontrarão muito o que apreciar aqui, se conseguirem se libertar das falsas ideologias — e dos sucessos fáceis — que muitas vezes os impedem de ir além da superfície dos fatos, cegando-os para tudo o que é realmente essencial. A ciência espiritual é uma “ciência terrivelmente real” e completamente objetiva. Seu objetivo certamente não é desenvolver novas técnicas para se afundar ainda mais no mundanismo e no materialismo — ou no neoespiritualismo que é seu contraproduto relacionado — mas seu objeto diz respeito a todo ser humano, quer ele goste ou não. O capítulo intitulado “Queda e Decadência” é extremamente valioso a esse respeito, especialmente para aqueles que querem trazer alguma ordem e clareza à sua avaliação das eras que nos precederam: o autor esclarece o que realmente significa o “significado da história”, e não será surpresa ver que o que é comumente chamado de “progresso” — uma noção que, além disso, foi muito abandonada em nosso tempo — corresponde muito bem à “queda” no sentido metafísico, espiritual e cosmológico do termo. A lista dos principais temas evocados em outros capítulos — igualmente profundos — dará uma ideia suficientemente precisa de seu conteúdo. Um capítulo que merece menção especial é aquele sobre o monaquismo, no final do livro, que realmente restaura a confiança de toda alma contemplativa — seja vivendo em um mosteiro ou no “mundo” — ao lembrá-la, com força e lucidez, da natureza profunda e bela da vocação humana. (Traduzido a apresentação da nova edição francesa)

Frithjof Schuon